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Comportamento

Rosinha vende doce para chegar à Suécia e ser campeã em corrida

Aos 47 anos, Rosinha tenta emplacar venda de doces para competir na Suécia

Por Idaicy Solano | 26/07/2024 06:55
Com banner em um braço e caixa de brigadeiros no outro, Rosinha tenta emplacar venda de doces para custear viagem (Foto: Idaicy Solano)
Com banner em um braço e caixa de brigadeiros no outro, Rosinha tenta emplacar venda de doces para custear viagem (Foto: Idaicy Solano)

Com um banner em um braço e uma caixa térmica cheia de brigadeiros no outro, a atleta Rosinha Conceição sai pelas ruas de Campo Grande para tentar emplacar a venda dos doces e arrecadar dinheiro para representar o Mato Grosso do Sul no Mundial de Master, na Suécia.

Aos 47 anos, esse é apenas mais um dos desafios que a atleta corre contra o tempo para superar, pois precisa arrecadar R$ 9,5 mil até o dia 10 de agosto, para conseguir custear a viagem. Atualmente treinando por conta e sem apoio, o mundial é sua esperança de conseguir uma boa pontuação e tentar uma vaga no Bolsa Atleta.

Ela costuma vender os doces no período da manhã e da tarde, no Parque das Nações Indígenas, e nos semáforos da região. Outro desafio é conciliar a rotina de treino com as vendas. Ela tenta intercalar um período de treino, com um período de venda, mas tem dias que o desespero bate pela data da viagem estar se aproximando, então ela não vê alternativa a não ser optar por comercializar os doces.

“Eu preciso treinar, não posso parar, mas também preciso vender. Hoje mesmo, já vendi de manhã, corri para casa para tomar um banho e pegar mais brigadeiros. Eu fico aqui até umas seis, sete horas da noite”, relata.

Rosinha conta que começou a correr sem pretensão alguma de ser atleta, aos 23 anos de idade. Ela relata que pesava 90 quilos, e era constantemente insultada por estar acima do peso, além de enfrentar dificuldade para encontrar roupas. “Eu queria emagrecer. Eu queria a roupa da vitrine. Eu queria que a roupa entrasse em mim. E os comentários maldosos das pessoas também, me fez procurar esporte”.

Ela começou a correr por conta própria, e participar de corridas de rua. Foi em uma das provas que um amigo, chamado Florisvaldo Dias, olhou para ela e disse que a transformaria em uma atleta. “Ele falou ‘eu vou transformar você em uma atleta’. Eu olhei para a cara dele e ri. Ele falou ‘ta vendo aquela menina no pódio lá? Eu vou te treinar e você vai ganhar dela’. E eu ri. Pensei ‘eu? ganhar dela?’”, relembra

Rosinha não levou a sério, mas o amigo começou a aparecer todas as manhãs, por volta das 5h, em sua casa, para lhe chamar para correr. Eles começaram a correr juntos, e com o tempo Rosinha começou a se destacar no esporte. No ano seguinte, ao participar da prova novamente, a atleta chegou em segundo lugar, e começou a enxergar na corrida um novo propósito.

Em sua bagagem, a maratonista já participou de provas de atletismo em Bogotá, na Colômbia, em La Paz, na Bolívia, Assunção, no Paraguai e em Lima, no Peru. Agora, a expectativa é pelo ouro na Suécia, ou pelo menos conseguir uma boa colocação entre os cinco primeiros, para conseguir o auxílio do Bolsa Atleta.

Na Europa, ela irá participar de cinco provas: corrida de rua (10km), pista (5km), corrida com obstáculo (2km, prova de velocidade e percurso de 8km.

Quando Rosinha relembra toda sua trajetória na corrida, e todas as barreiras que superou com o esporte, diz que se sente orgulhosa por não ter desistido e por ter conquistado uma vida mais saudável. “O Florisvaldo sempre diz que eu não conseguia acompanhar, e agora deixo ele longe. Quem diria. Pra mim o principal é pela saúde, e para inspirar as pessoas. Penso em tudo que já passei na vida, para chegar aqui, e só tenho a agradecer”.

Rosinha vende brigadeiro tradicional, de leite ninho, morango, maracujá, limão e beijinho. Cada caixinha com quatro unidades sai no valor de R$ 20. Para acompanhar a rotina da atleta, basta acessar o Instagram @rosinha.conceicao92.

Rosinha oferece variedade de sabores, vendidos a R$ 20 a caixinha (Foto: Idaicy Solano)
Rosinha oferece variedade de sabores, vendidos a R$ 20 a caixinha (Foto: Idaicy Solano)

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