Se a Orla tem sombra fresca para tanta gente, agradeça ao dono da conveniência
Quem passa pela Orla Morena e aproveita para descansar na sombra das 25 árvores plantadas em frente a uma conveniência, nem imagina que os pés de coqueiros e ficus carregam uma história de gentileza e carinho de alguém que com pouco fez muito no bairro Cabreúva.
Morando na região há 60 anos, Gentil Silva, de 65, foi quem plantou as árvores em frente ao próprio comércio localizado na Avenida Noroeste.
Antes de surgir a Orla Morena, o cenário dava lugar aos trilhos, poucas plantas e um matagal que tornava a região perigosa. “Só tinha mato e os trilhos. A gente sentia que faltava algo para embelezar a nossa frente,” conta Gentil.
Com um gesto cheio de consciência, ele mesmo resolveu mudar a paisagem em frente a casa dos pais, que então eram vivos. "Faz mais ou menos 30 anos que eu plantei e foi algo que eu sempre gostei de fazer, na verdade foi minha mãe que me ensinou a prezar pela natureza”, justifica.
Em 2009 a preocupação tomou conta do comerciante, assim que as obras para construção da Orla Morena começaram. Temendo que as árvores fossem derrubadas, a felicidade só veio depois que a Prefeitura informou que isso não aconteceria.
“Tinha medo de perder as árvores, mas derrubaram somente um pé de manga e um de seriguela para que fosse feita a calçada", conta com alegria apontado para cada uma que permanece em pé.
Atualmente a Orla Morena é um local visitado por inúmeras pessoas que aproveitam os 2,3 quilômetros para esportes e lazer.
Mesmo com tantas árvores na região, é na sombra de Gentil que adultos e crianças aproveitam para se divertir ou tomar um tereré no fim de tarde, virou ponto de parada na Orla. “Seria bom se todo mundo plantasse uma árvore, tudo ficaria bem mais bonito”, ensina.
Gentil nasceu em Campo Grande, morou com os pais no imóvel que sempre teve em frente a conveniência que já completa 54 anos.
Ele diz que plantar as árvores só trouxe gratidão e felicidade ao observar pessoas aproveitando a sombra. “Aqui já era bom, com as árvores e a Orla, ficou ainda melhor. Mas é preciso que as pessoas aprendam a preservar”, cobra.