Sem conseguir comer sólidos, Miguel ganhou festa toda adaptada
Desde o bolo até a pipoca, tudo ganhou novas consistências para garantir o aniversário
Há quatro meses em tratamento contra um tumor cerebral, Miguel José iria ficar sem festa de aniversário neste ano, mas ele e a família foram surpreendidos para garantir que nenhuma data ficasse para trás. Em um trabalho de formiguinha, a equipe da AACC/MS (Associação dos Amigos das Crianças com Câncer) se reuniu para adaptar os alimentos e encaixar tudo na dieta do menino.
De Paranaíba, a família está na casa de apoio da AACC para fazer o tratamento de Miguel em Campo Grande, como conta a avó, Ivonete Nunes. “Eu sempre faço a festinha de aniversário dele, mas dessa vez achei que a gente não fosse conseguir”.
Como Miguel está em tratamento, sua alimentação é feita com uma dieta específica sem sólidos e a correria do cotidiano entrou para complicar a dinâmica. “Mesmo assim, a gente recebeu o carinho para homenagear ele mesmo nesse momento tão difícil que estamos passando”, completa.
Na festa, o bolo tradicional se tornou de pote, a pipoca foi líquida e o brigadeiro de colher. Nutricionista da casa de apoio, Gislene Nantes descreve que Miguel estava usando sonda, mas houve uma melhora e a alimentação mudou para a dieta pastosa.
“No dia 15 foi aniversário dele e resolvemos fazer uma festa inclusiva dentro do que ele poderia comer e na consistência necessária. Com a equipe da cozinha e da casa de apoio, fizemos um bolo de pote bem molhado com todos os ingredientes que ele podia”, explica a nutricionista.
E até os detalhes foram pensados para que todas as crianças compartilhassem o momento. “Nós servimos o suco para todos com canudo, já que é assim que o Miguel consegue beber. É muito emocionante não só para a família, mas para a nossa equipe também porque essa criança conseguiu comemorar seu aniversário e ficou feliz com todo o movimento. Todo mundo se empenhou bastante”.
Assistente social e coordenadora de assistência ao beneficiário, Rosangela Machado de Barros conta que as crianças hospedadas na casa de apoio costumam receber uma festinha. Para aquelas que estão em processo de hospitalização a estratégia é adaptada.
“No caso do Miguel foi um trabalho de formiguinha. Ele chegou com sonda recém-operado das cirurgias para retirada de tumor com a família em processo de aceitação de diagnóstico. Nós da equipe fomos conquistando eles aos poucos, a criança foi acompanhada por uma fonoaudióloga de confiança deles e ela foi trabalhando o Miguel para a retirada das sondas. Com o tempo, ele venceu esse processo e recentemente ficou com a dieta pastosa”, descreve.
Para a assistente social, ações como o aniversário fazem toda diferença no tratamento das crianças. “As famílias passam por tantas questões sociais e de saúde que pensamos sempre em fazer essas ações enquanto instituição para que eles passem por toda essa trajetória com um pouco de alegria. Nossa missão é ser essa rede de apoio amorosa e cheia de carinho para dar”, completa Rosangela.
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