Sem precisar de nome no registro, Erick ganhou título de "paizão"
Motorista, que já tinha dois filhos, se viu transformando os sobrinhos em filhos do coração
“Eu nem pensei nisso, quando vi já estava tratando eles como meus filhos e não me arrependo. Eles me orgulham”. Há 11 anos, Erick Josemar Gutterres Batista acolheu os sobrinhos e, desde então, os jovens também garantem que o tio se tornou o pai de coração, sem nem precisar de nome no papel.
Pai de dois filhos biológicos, o motorista conta que aprendeu sobre o amor familiar desde pequeno. Puxando na memória, ele detalha que via tanto o pai quanto a mãe acolhendo diversas pessoas, sempre sem pedir nada em troca.
“Minha casa sempre foi cheia, meu pai e minha mãe acolheram muita gente. Quando trouxe os meninos para morar comigo não pensei em me transformar no pai deles, só queria que eles ficassem bem”, detalha Erick.
Desde então, a relação dele com os três sobrinhos foi mudando e, hoje, o Dia dos Pais virou seu dia também para os meninos. “Eu tenho muita alegria tanto com o Enryck e a Manuella, que são meus filhos biológicos, quanto com o André, Kauã e Luiz Paulo. Para mim não tem diferença entre eles, de verdade. São meus filhos e desde que ganhei minha netinha, o amor mudou de novo”.
Explicando sobre si mesmo e os dois irmãos, André Luiz Gutterres Batista Oliveira, de 18 anos, conta que há muito tempo comemora o segundo domingo de agosto com o tio.
“Não acredito que pai é só biológico ou que precise estar no papel. Pai é quem cuida, quem tá lá. Hoje essas pessoas, para mim, são meu tio e meu avô, eles que estão comigo até na dificuldade”, André conta.
Assim como o amor se transforma, Erick relata que toda a vida também muda, principalmente quando o assunto é responsabilidade. “Não posso dizer que é fácil. As coisas ficam mais difíceis porque você precisa cuidar de cada um, ajudar na escola, dar apoio, mas tudo isso compensa”.
E, explicando que cuidar dos sobrinhos envolveu grandes etapas, o motorista narra que nada seria possível se não tivesse apoio da esposa, Marenilse Pereira de Sena. Assim como ele, Mare é só orgulho dos meninos e conta que, no fim das contas, também ganhou novos filhos.
Quando vi tinha ganhado mais três filhos. A gente lutou e continua lutando muito por eles, eu sempre quis ver eles bem. Hoje vejo eles assim, cada dia melhor, e fico feliz demais, Mare completa.
Assim como Erick relata ter aprendido mais sobre amor com os próprios pais, o sobrinho, André também garante que sonha em repassar o carinho para seus próprios filhos. “É muito bom ter gente que acolhe, que dá amor, que cuida. Aprendi isso e sei que quero ser tudo isso e mais com minha família”.
Enquete - Da mesma forma que ocorre na família de Erick, 30% dos nossos leitores votaram na enquete de sábado (13) que tem alguém que considera pai, mas que o nome não consta na certidão de nascimento.
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