Soldados da base aérea fizeram segurança até para os Menudos

Há 40 anos, a segunda turma dos soldados da Base Aérea de Campo Grande era incorporada e, dividindo agosto como o mês de aniversário da Capital, o grupo faz questão de se reunir para lembrar da época em que ver os aviões era um grande acontecimento por aqui. Com registros antigos e muitas memórias, eles relembram que até segurança para o grupo musical Menudos já fizeram

Na época, 98 jovens entraram na Sentinela Alada do Pantanal, a Base Aérea, mas apenas 12 continuaram na carreira por ali. Entre eles está Nerivaldo Gonçalves, hoje com 59 anos e que se tornou capitão especialista da reserva da Aeronáutica.

“A Base Aérea era a casa dos ‘laranjeiras’, que era os soldados oriundos de outras cidades. Naquela época, fizemos segurança para algumas autoridades como o presidente Sarney. Também fizemos segurança para o grupo Menudos”, descreve.

Situando Campo Grande naquele período, ele comenta que o primeiro shopping ainda não havia sido inaugurado e o “point” era a loja Americanas, localizada na Rua Dom Aquino.

No caso de Nerivaldo, sua carreira começou como soldado, depois se tornou cabo, sargento e chegou ao posto de capitão. “Estou na reserva e servi por 36 anos. Como destaque, servi na Presidência da República, em Brasília, como despachante de aeronaves militares, de 2003 a 2008, e conheci 42 países, além de todas as capitais brasileiras”.

Agora, podendo rever os antigos colegas e amigos da incorporação, o militar da reserva descreve que essas relações se tornaram uma verdadeira irmandade.

Também empolgado com o reencontro, o sargento da reserva Cícero Roberto da Silva conta que entrar na Base Aérea era um sonho de muitos jovens. No seu caso, os olhos brilhavam sempre que passavam em frente a um quartel.

“Muitos jovens queriam estar ali, tinham vontade de servir a Força Aérea. Via um avião e realmente sonhava em pilotar”, descreve.

De forma geral, Roberto pontua que muitos dos jovens vinham de famílias humildes e a carreira militar, além de tudo, era apresentada como uma mudança de vida. Mas, no caminho, parte se adaptava à rotina de deixar o Interior e suas famílias, enquanto outros não.

Talvez, até por isso, uma grande maioria mudou para outros ramos, enquanto pouco mais de dez da turma seguiram no ramo da aeronáutica.

“Eu segui no ramo da segurança pública, fiquei na Base com 12 colegas e, ao todo, foram 30 anos. Outros colegas saíram, foram para a Polícia Militar, temos soldados, sargentos, oficiais e também coronéis dos Bombeiros”, diz Roberto.

Em seu período de Base, ele era o responsável por grande parte dos registros fotográficos e, por isso, conseguia manter diversos contatos. Foi assim, com apoio de outros colegas, que as reuniões começaram a ser marcadas de tempos em tempos. E, agora, os 40 anos entraram para a história como mais um marco da segunda turma da Base Aérea.

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