Tentando emplacar Deus por até 40 minutos, Gabriel virou varão do bolo
Autônomo ganhou apelido pela maneira diferenciada de abordar os clientes: já espalhando a palavra de Deus
Gabriel Henrique de Souza, de 29 anos, jura que pregar a palavra enquanto vende os bolos é o seu diferencial, além de ser o que o fez ficar conhecido na região do Santa Luzia e do Coronel Antonino como o 'varão do bolo'. Sem medo de falar, ele garante que já ficou cerca de 40 minutos ‘pregando’ para um cliente.
Mas quando a pessoa só está afim de um docinho, haja paciência para ouvir tanta falação. Após três anos vendendo para todo tipo de pessoa na rua, Gabriel garante que dá para perceber quando a pessoa não está tão afim de ouvir. Nesses casos, ele comenta que apenas diz ‘Deus abençoe’ e segue sua vida.
“Eu tenho que lidar muito com isso, porque todos os dias tem ‘não’, e com o não a gente já tá bem acostumado. A gente vê na cara quando a pessoa não tá afim, já dá pra perceber. Mas trato com muita educação, porque nem todos os dias as pessoas estão bem para poder receber e ouvir a palavra”, resume Gabriel.
No entanto, ele relata que muitas pessoas também o procuram quando precisam de uma palavra de consolo ou de uma oração. “Todos os dias tem pessoas chorando, necessitadas da palavra, às vezes uma mãe que perdeu um filho, às vezes a pessoa tá perdendo o casamento”, detalha.
Gabriel costuma rodar os estacionamentos de supermercados e semáforos nas regiões dos bairros Santo Amaro, Coronel Antonino, Nova Lima, e avenidas movimentadas como a Júlio de Castilho e a Três Barras.
Os bolos são feitos pela esposa, Geovana Rodrigues de Carvalho, de 24 anos, e Gabriel garante serem da melhor qualidade, nos sabores: leite ninho com nutella, chocolatudo 100% cacau, abacaxi, dois amores de chocolate e leite ninho, ferrero rocher com nutella e castanhas, prestígio com chocolate e red velvet com leite ninho e morango.
Gabriel relata que começou a empreender nas ruas da cidade durante a pandemia. Antes, ele trabalhava em um mercado e a esposa no setor administrativo de uma empresa. Ambos foram demitidos por conta de corte de gastos com mão de obra, devido à pandemia.
O autônomo conta que juntaram o acerto dos dois empregos e pagaram as contas mais urgentes, sobrando apenas R$ 100 reais, que foram usados para investir na confeitaria. “Compramos duas barras de chocolate com o dinheiro que sobrou e minha esposa fez bombons para vender no semáforo”, relembra.
Depois de um tempo, começaram a investir nos bolos de pote, que se tornaram o principal sustento da família. “Além de vender os bolos, eu levo a palavra, que é o que mais me emociona e não me deixa desistir. É a palavra de Deus que me dá autoestima e energia”, finaliza.
Quem tiver afim de experimentar os bolos, o contato é (67) 99111-7500.
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