Unidos pelo 1º emprego, amigos se encontram após 30 anos
Antigos funcionários de uma rede de supermercados fizeram trabalho de formiguinha para encontrar colegas
Enquanto reuniões de escola ou faculdades são mais costumeiras, antigos funcionários de uma rede de supermercados decidiram reencontrar os colegas de trabalho após mais de 30 anos. Recheado de memórias, o evento mostrou que a união causada pelo 1º emprego de muitos foi um presente na construção do pós-pandemia.
Além de atualizar sobre como anda a vida de cada um, os antigos colegas se emocionaram com fotos da época e lembranças de como a rotina acabou unindo os trabalhadores.
Por 13 anos, o comerciante Zilmar Acosta se dedicou a aprender a vida profissional em supermercado. Foi em uma loja da antiga Rede Soares que ele conseguiu sua primeira contratação e, naquela época, não imaginava que mais de três décadas após sair da empresa, iria querer rever os colegas.
Emocionado e prestes a completar 60 anos, ele explica que, após uma vida com novas experiências, conseguir se aproximar de outras pessoas que tiveram a bagagem inicial conquistada entre as paredes do supermercado foi uma retomada importante. “Um foi achando o outro e até me emocionei, porque com a pandemia, tudo tão difícil, essa reunião foi um presente que ganhei revendo amigos de épocas diferentes”.
Surpreendido pela ideia de Zilmar, Hudson de Oliveira Rosa, hoje com 60 anos, conta que recebeu a ligação sobre o encontro e quase não acreditou. Feliz por poder relembrar como todos conseguiram passar pela rotina dura vivenciada nos supermercados, o corretor de imóveis destacou que, nos últimos tempos, colegas da época foram perdidos.
“Perdemos alguns amigos, inclusive, um na semana em que montamos o grupo. Ele estava interagindo com a gente, combinando tudo, mas depois de alguns dias, a filha avisou que ele não havia resistido. Então, ver o pessoal também foi importante por isso”, diz.
Assim como o comerciante, Hudson também teve seu primeiro emprego em uma das lojas. Por isso, o atual corretor de imóveis conta que se sente unido aos colegas devido à vida profissional ter sido iniciada entre as prateleiras e carrinhos de supermercado.
Ainda em 1975, quando tinha 14 anos, o corretor começou a trabalhar como empacotador e no decorrer dos 13 anos seguintes, conseguiu passar por todas as funções na área de vendas. Longe de dizer que a vida era tranquila, Hudson argumenta que quem conseguiu se manter por alguns anos nas funções da rede, criou resistência para trabalhar com qualquer outra coisa.
De acordo com o antigo empacotador, o número de supermercados de Campo Grande era pequeno e tudo era feito de forma muito manual. Por isso, quem trabalhou no ramo precisava de coragem para lidar com bastante serviço.
“Quem trabalhou em qualquer supermercado da época estava preparado para tudo. Eu até falo que foi uma formação de caráter, porque nenhum outro emprego seria maçante. Acho que por isso a gente criou carinho um pelo outro”, explica.
Para ele, mais de 30 anos depois da rede encerrar o serviço, o que restou foram as boas memórias e aquelas não tão boas viraram risos.
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