Viagem pela América do Sul fez casal colombiano criar mural na cidade
Há 15 meses, motociclistas percorrem as estradas para custear a viagem e pintar murais
Há 15 meses, o casal colombiano Nataly Raramilho, de 37 anos, e Rafael Arboleda, de 36 anos, percorrem as estradas da América do Sul. Os motociclistas saíram do país de origem com a vontade de chegar ao ‘final do mundo’ em Ushuaia, na Argentina.
Os dois seguem viajando desde então e há seis dias chegaram em Campo Grande. Na Capital foram recebidos por Dimmy Char, de 39 anos, que também é um motociclista viajante. Apesar de não conhecer o casal, ele explica que abriu as portas de casa, pois isso faz parte da parceria entre motociclistas.
“A irmandade motociclista é isso. Eu não os conhecia e um colega de Londrina que não conheço pessoalmente me ligou e disse: ‘Tem um casal da Colômbia que passou por aqui e está indo para aí. Você pode receber?’. Eu falei que podia, se não estou na estrada a gente vai apanhando e dando uma força”, comenta.
Com uma motocicleta Yamaha Virago XV 250, Nataly e Rafael passaram pela Argentina, Peru, Equador, Bolívia, Chile e Uruguai. Pela primeira vez no Brasil, eles também planejam ir à Mato Grosso e Brasília onde será realizado o Moto Week 2023, que é um dos maiores festivais de moto da América do Sul.
Rafael comenta que a viagem para a Argentina foi planejada com antecedência. Após concluírem o percurso, eles iniciaram a outra fase da aventura que não tem previsão para acabar tão cedo.
“Preparamos nossa viagem com antecipação na Colômbia e começamos nossa travessia. Demoramos dois meses e meio para chegar a Ushuaia, chegamos em 4 de março deste ano e viemos fazendo o resto do continente”, diz.
Sem planos de voltar à Colômbia esse ano, os dois aproveitam as viagens não só desbravando novas paisagem, mas também espalhando arte em cada ponto que cruzam. Em Campo Grande, eles estão colorindo parte do muro da Cartel Motorcycle, na Avenida Mato Grosso.
O trabalho artístico, conforme Nataly, é uma forma de custear as despesas da viagem. “Fazemos murais, tatuagens e seguimos a rota”, afirma. Há 13 anos, ela se formou no curso, enquanto o companheiro aprendeu de outra forma. “Eu sou artista plástica, estudei artes plásticas e o Rafa trabalha independente comigo”, fala.
Apesar dos murais serem um trabalho a dois, as tatuagens são feitas somente pela Nataly. Alguns dos desenhos ganharam parte da própria pele e a dele também.
A paixão pelo motociclismo ambos compartilham há um bom tempo. Antes de iniciarem a primeira viagem cruzando fronteiras, eles realizavam trajetos menores. A decisão de sair da Colômbia é justificada de maneiras diferentes por cada um. “É para sair um pouco do sistema”, destaca Nataly.
Para Rafael trata-se da busca para recuperar a fé na humanidade. “Primeiro nos encanta a moto, viajar e em segundo é para conhecer a cultura sul-americana e recuperar a fé na humanidade. Nosso país tem muitos problemas, conflitos e violência. É para recuperar a fé na humanidade e voltar a viver de verdade”, pontua.
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