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Comportamento

Vida em Campo Grande fez de mascate o “rei do café” em MS

Álbum de Campo Grande, produzido em 1939, destacava Antônio Abdo

Por Aletheya Alves | 02/06/2024 07:14
História com cafezal integra os registros de Campo Grande. (Foto: Arquivo/Álbum de Campo Grande)
História com cafezal integra os registros de Campo Grande. (Foto: Arquivo/Álbum de Campo Grande)

Já pensou relacionar a Capital com cafezais? Quem vê tanta criação de animais pelas fazendas de Mato Grosso do Sul talvez nem imagine que, em 1939, um dos destaques registrados no Álbum de Campo Grande era um antigo mascate que havia se tornado o “rei do café”.

Organizado pelo jornalista Benedito Leitão, o álbum tinha como objetivo fazer propagandas da cidade para falar sobre como o desenvolvimento ia bem. E, entre as histórias contadas, estava a de Antônio Abdo.

Por ali, foi contado que Antônio nasceu na Síria e, em 1904, veio para o Brasil. Inicialmente, o homem trabalhava como mascate, viajando por diversos municípios até chegar ao então Mato Grosso.

Especificamente em Campo Grande, o antigo mascate chegou em 1908 quando, segundo o álbum, o “burgo” tinha apenas cerca de 30 casas espalhadas pelas ruas Barão de Melgaço, 26 de Agosto e 15 de Novembro.

“A sina do sr. Antônio Abdo estava escrita - ele ia deixar a vida nômade de comerciante ambulante para ser cafeeiro, tornar-se o rei da rubiácea em Mato Grosso”, resumiu o texto.

Explicando sobre a atuação do homem no campo, as informações eram de que Antônio decidiu comprar terras nos arredores de Campo Grande. Após desmatar o espaço,tentou plantar mais de 25 mil pés de café, tendo perdido todos.

Texto produzido sobre a história do imigrante em MS. (Foto: Arquivo/Álbum de Campo Grande)
Texto produzido sobre a história do imigrante em MS. (Foto: Arquivo/Álbum de Campo Grande)

Em 1920, o imigrante resolveu tentar novamente “auxiliado por uma família catarinense, sendo desta vez mais bem sucedido. O cafezal vinga e aumenta de muitos milhares de pés, acrescidos todos os anos. Em 1930 contava a Mateira (fazenda) com 14.000 pés de café, fora plantações de cana e mandioca, excelentes pastos e criação de gado bovino, suínos e galináceos”.

Segundo os registros do álbum, os cafezais seguiram prosperando até a data de publicação, tendo gerado 2.500 sacos de 60 quilos cada naquele ano.

“Eis, em resumo, a vida desse cidadão exempladíssimo, que há 31 anos aqui convive conosco, num batalhar incessante, progredindo e vendo progredir Campo Grande, com uma contribuição que é um digno exemplo de imitação”.

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