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Comportamento

Viver de arte em terminal é ouvir que “falta quintal” para carpir

Com 20 anos, Rafael, o “Koda”, pediu demissão do emprego para viver de sua arte

Por Idaicy Solano | 26/05/2024 07:23

Aos 20 anos de idade, o artista independente Rafael Coelho de Barros, conhecido pelo artístico Koda, pediu demissão do emprego fixo para viver de sua arte. Com um boné, uma caixinha de som e um sonho, ele começou a rimar há dois meses dentro do transporte público.

O artista resume que arotina é oito ou oitenta. Enquanto tenta espalhar sua música pelos ônibus, já ouviu desde gente mandando ele ir carpir um quintal até passageiro “mal humorado” mandando desligar o som.

Trabalhar com a arte, principalmente na rua, é algo que exige que o artista seja inimigo da timidez, além de se colocar em uma posição de exposição a todo tipo de comentário e crítica, que na maioria das vezes, não é construtiva.

Koda lida com isso tirando força de todas as pessoas ao seu redor que lhe incentivam a não desistir dos sonhos. “Isso é um bagulho que frustra. Só que daí eu tento lembrar das outras vezes que isso deu certo. De todas as vezes que, por exemplo, que eu saí do busão e consegui arrancar um sorriso”, reflete.

“Trampar no busão é um bagulho muito louco. É, por exemplo, você sair de um busão que, o busão inteiro acabou de te aplaudir, daí no outro você não conseguiu rimar porque uma pessoa tá falando pra você ir carpir um quintal, tá ligado?”, conta o artista.

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Com bastante simpatia, o artista sobe no ônibus e se apresenta para os passageiros. Já de cara, ele diz que se tiver alguém que se incomode com o som, basta levantar a mão para ele sair.

Em troca do momento de descontração, ele pede que os passageiros contribuam, se puderem e quiserem, financeiramente. Brincalhão, ele ainda diz para todos que seu “companheiro boné” aceita desde balla halls a vale gás.

“Eu falo assim, ‘boa tarde pra todo mundo escutando a improvisação. Deixo meu recado, quem não tiver trocado, agradeço o sorriso e um pouquinho da atenção” Tirando o início e a finalização, eu tento fazer tudo de improviso”, explica.

Futuramente, ele pensa em uma oportunidade de trabalhar em um estúdio, compondo e produzindo músicas. Sobre a trajetória até alcançar o que almeja, ele reconhece que não existe garantia de sucesso da noite para o dia, mas finaliza dizendo que “daqui pra frente, eu penso em realmente tentar cada vez mais viver da minha arte o máximo possível”.

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