Will Smith e Gustavo Lima não sabem, mas são "modelos" de um salão no Itamaracá
O ator norte-americano Will Smith não sabe, mas é garoto propaganda do salão de um cabeleireiro que mora do outro lado do mundo, no Jardim Itamaracá, em Campo Grande. O cantor Gustavo Lima, aquele do “tchê, tchê rere, tchê, tchê”, nem suspeita, mas também impulsiona o negócio que fica em uma das ruas de comércio popular mais movimentadas do bairro.
O dono do salão, o cabeleireiro Nivaldo Gomes Ribeiro, de 56 anos, foi quem teve a ideia. Na verdade, queria algo diferente, que chamasse a atenção e atraísse clientes.
Quando encomendou a nova fachada do estabelecimento, há cerca de 8 meses, ele contou com a colaboração de um funcionário da empresa contratada para fazer o serviço.
O bate papo com o rapaz rendeu uma arte forte, com cores chamativas, marcantes, que custou R$ 700,00. O vermelho e o amarelo contrastam com o branco do nome e com as fotos das duas celebridades.
Foi criatividade, mas também foi estratégia, disse o proprietário. “Isso vem da necessidade do dia a dia. Você tem que pensar, bolar alguma coisa para conseguir clientes”, contou.
Mas a escolha os “modelos” não foi por acaso. Nivaldo revela que escolheu Will Smith para estampar a fachada do salão porque queria provar que não é preconceituoso. “Foi para dizer que a gente não é racista e não tem preconceito. Coloquei para prestigiar o negro”, explicou.
Já o sertanejo teve um espaço na placa por um motivo particular. O cabeleireiro é fã do cantor, que é assim como ele, também é mineiro. Dependendo do dia, quem chega ao salão do Nivaldo, pode ser recepcionado ao som de alguma música de Gustavo Lima.
Nivaldo jura que o faturamento aumentou em pelo menos 20% depois do marketing. “Chama a atenção. Todo mundo que passa dá uma risadinha e depois volta para cortar”, disse.
Apesar do sucesso, o cabeleireiro conta que fica temeroso com o negócio por conta dos direitos autorais. Enquanto nada acontece, ele continua trabalhando e divertindo quem passa pela rua Padre Mussa Tuma. “Tenho medo porque a gente é pobre, mas se alguém falar que não pode, não tem problema. Eu tiro”, garantiu.