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Comportamento

Zuzão é o amigo de infância que ajudou Almir Sater a ser um libanês

Zuzão detalhou relação de amizade e familiar com Almir Sater, que já vem de longos anos

Por Idaicy Solano | 09/07/2024 06:10
Zuzão e Almir, durante encontros de famílai (Foto: Arquivo Pessoal)
Zuzão e Almir, durante encontros de famílai (Foto: Arquivo Pessoal)

Almir Sater é responsável por dar vida ao personagem libanês 'Rachid' em seu novo papel na novela 'Renascer'. Para resgatar suas raízes e retratar o libanês com propriedade, o artista recorreu ao primo, o advogado Joseph Georges Sleiman, de 66 anos, famoso como Zuzão, que assumiu a missão de ajudar o artista na caracterização de seu personagem sem que sobrasse motivo para defeitos. Mais que família, Zuzão é uma figura repleta de histórias para contar e com memórias dos velhos tempos com a estrela sul-mato-grossense.

Além de ajudar o primo em uma imersão repleta de nostalgia e conversas sobre 'os velhos tempos', Zuzão detalhou a relação de amizade e parceria com Almir, que já vem de longos anos desde a chegada ao Brasil.

Zuzão conta que passou uma semana com Almir em São Paulo, ajudando-o a "entrar" no personagem. O advogado detalha que auxiliou Almir com o idioma, além de ensinar alguns dialetos e trejeitos que aprendeu convivendo com a família.

Isso porque, diferente do primo, Zuzão morou até os seis anos no Líbano e aprendeu a falar árabe, além de manter muitas características da Terra Natal que a imigração não foi capaz de apagar.

"Quando criança, eu ficava prestando atenção na conversa entre os adultos e imitava meus tios falando. A gente acaba aprendendo aquele sotaque. Por isso, a gente [Zuzão e Almir] vai trocando ideias. Eu fico explicando para ele o significado das palavras, o jeito de falar dos árabes, e ele vai me imitando", detalha Zuzão sobre as "aulas" que deu ao primo.

Mesmo em Campo Grande, Zuzão compartilha que conversa por chamada de vídeo com Almir quase todos os dias. Além de serem parentes, os dois são bastante próximos e chegam a ficar até uma hora em vídeo chamada.

Sobre o personagem do primo em "Renascer", Zuzão afirma que o artista ficou a cópia do avô. "Eu até mandei umas fotos que ele não tinha do avô dele. Eu falei, 'você está caracterizado igual ao seu avô'".

À esquerda, avô de Almir; à direita, Almir caracterizado de 'Rachid', personagem da novela das 21h (Foto: Arquivo Pessoal)
À esquerda, avô de Almir; à direita, Almir caracterizado de 'Rachid', personagem da novela das 21h (Foto: Arquivo Pessoal)

Infância de ouro 

Zuzão chegou ao Brasil com sua família em 1964 e desembarcou do navio no porto de Santos, no município de São Paulo. De lá, veio direto para Campo Grande, onde morou por cerca de dois anos na casa da família de Almir.

Os dois cresceram juntos e dividiram muitas experiências, tanto na infância quanto na adolescência, até seguirem caminhos profissionais distintos. Enquanto Zuzão foi para a faculdade de direito, Almir mudou-se para São Paulo e ingressou no ramo das artes. Zuzão tornou-se procurador-chefe da Câmara Municipal e depois assumiu o mesmo cargo na Secretaria de Obras do Estado, durante o governo de Pedro Pedrossian.

De uma família de comerciantes, Zuzão conta que eram bastante conhecidos em Campo Grande, pois na época não havia tantos supermercados, e a cultura de consumir em comércios pequenos era mais forte. A família do advogado administrava a Frutaria Califórnia, enquanto o pai de Almir era dono de uma padaria. Segundo o advogado, foi uma infância bastante intensa e bem vivida. Além dos estudos, eles também trabalhavam no comércio da família, e ainda sobrava tempo para aproveitar a vida.

Registros do passaporte de Zuzão e sua família, de quando imigraram para o Brasil (Foto: Arquivo Pessoal)
Registros do passaporte de Zuzão e sua família, de quando imigraram para o Brasil (Foto: Arquivo Pessoal)
Zuzão e Almir em fotografia antiga (Foto: Arquivo Pessoal)
Zuzão e Almir em fotografia antiga (Foto: Arquivo Pessoal)

Zuzão relembra que fazia entregas nas casas de bicicleta e, nas horas livres, saía para jogar bola e frequentar o Rádio Clube com Almir, e até mesmo curtir o Carnaval em fevereiro. "E a gente andava tudo a pé, era outro mundo. Hoje você não deixa um filho seu sair na rua por medo de ser atropelado. Antigamente, a cidade era nossa".

Mesmo após se mudar da casa do primo, Zuzão relata que continuava a frequentar a residência com frequência; afinal, morava apenas a alguns metros de distância. "A gente sempre conviveu junto, nosso ponto era lá na casa dele [Almir]. A gente vivia todo mundo lá, debaixo dos pés de manga, conversando fiado", brinca.

Mesmo morando atualmente em cidades diferentes e com vidas distintas, Zuzão garante que nunca perdeu contato com Almir e que mantêm um vínculo de amizade, parceria e família bastante forte até os dias atuais. Sempre que possível, o advogado relata que vai visitar o primo para "ficar conversando fiado e tomando um vinhozinho".

"Sempre que a gente se encontra e junta todo mundo, a gente se reúne para conversar, rir, se divertir. Eu gosto quando ele vem para cá. E quando ele vem e está comigo, ele é o Almir, pessoa, não o artista. Porque a gente se conhece desde quando a gente não era nada, éramos apenas guris, estudando, jogando bola", relata Zuzão.

À esquerda, ALmir, e a direita Zuzão, em confraternização com amigos (Foto: Arquivo Pessoal)
À esquerda, ALmir, e a direita Zuzão, em confraternização com amigos (Foto: Arquivo Pessoal)

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