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Comportamento

Eles batalham em Campo Grande, para ajudar crianças órfãs da África

Elverson Cardozo | 08/08/2012 09:41

Trabalho começou há 3 anos, com a fundação de uma creche na aldeia Barragem, uma das áreas mais pobres da região

ONG Fraternidade Sem Fronteiras atende 258 crianças orfãs de duas aldeias da África. (Fotos: Divulgação)
ONG Fraternidade Sem Fronteiras atende 258 crianças orfãs de duas aldeias da África. (Fotos: Divulgação)
As crianças atendidas na creche desenvolvem atividades lúdicas e participam de ações esportivas e culturais.
As crianças atendidas na creche desenvolvem atividades lúdicas e participam de ações esportivas e culturais.

O que leva um brasileiro a deixar a casa, a esposa, os três filhos e ir para África? “Me chamaram de maluco, utópico, visionário, obseadiado e várias outras coisas”, contou o personagem principal desta história, o campo-grandense Wagner Moura Gomes, de 38 anos.

Há 3 anos ele resolveu deixar tudo e conhecer Moçambique, um dos países mais pobres do mundo. O motivo? A vontade de ajudar o próximo. “A gente sempre ouve falar: faça ao seu irmão o que você quer que seja feito por você, mas na prática a gente não vê isso”, explica.

Hoje, Wagner é o presidente-fundador da ONG Fraternidade Sem Fronteira, que trabalha em prol de crianças órfãs da África. “Eu sempre quis ajudar, mas não sabia como”, disse.

E foi assim que ele chegou ao outro lado do mundo, sem saber exatamente o que fazer. Nos 15 dias em que ficou na Capital Maputo, visitou hospitais, creches e a periferia da cidade.

Não se espantou com o que viu, já era esperado, mas a vontade era “conhecer a realidade”, por mais impactante que fosse. “É uma cidade com alto índice de orfandade devido à questão do HIV”, contou.

Quando voltou para o Brasil, Wagner fundou a organização, mas a primeira ação efetiva da ONG aconteceu na segunda viagem, oito meses depois, durante uma visita a aldeia Barragem, que fica a aproximadamente 230 quilômetros de Maputo, local que concentra grande quantidade de órfãos.

No local, foi inaugurada a primeira creche, que hoje atende 119 crianças com idades que variam de 3 a 13 anos. Um espaço de sonhos, com personagens reais e que carregam na pouca trajetória de vida relatos difíceis de acreditar. “Tem histórias de crianças que os pais foram comidos por jacaré, outras que trabalham por um prato de comida”, contou.

Meses depois, uma segunda creche foi inaugurada, em uma comunidade próxima, ainda mais pobre. As crianças atendidas pelas duas instituições permanecem 5 horas na organização.

Elas recebem duas alimentações diárias, tem noções de alfabetização, desenvolvem atividades lúdicas e participam de ações esportivas e culturais. Cada unidade conta com 5 monitores, todos eles nascidos na África. “Minha ideia era incentivara cultura local”, contou Wagner.

Presidente-fundador, Wagner Moura, queria conhecer a realidade. “A gente tem muita teoria e pouca ação efetiva”, disse.
Presidente-fundador, Wagner Moura, queria conhecer a realidade. “A gente tem muita teoria e pouca ação efetiva”, disse.

Hoje, a ONG Fraternidade Sem Fronteiras atende, no total, 258 crianças. A instituição é mantida pelo empenho de mais de 100 voluntários, a maioria de Campo Grande.

Para Wagner, a iniciativa, frente à imensidão de órfãos na África, é pequena, mas é um incentivo a uma mudança de atitude. “A gente tem muita teoria e pouca ação efetiva”, finalizou.

Como ajudar ? - A ONG Fraternidade Sem Fronteiras trabalha com um projeto de apadrinhamento, mas o número de voluntários ainda é inferior à quantidade de crianças atendidas. “São 258 para 195, mas às vezes a gente é corajoso”, explicou o presidente.

Para se tornar um padrinho é necessário se cadastrar e doar, mensalmente, R$ 50,00. Mais informações sobre o trabalho desenvolvido pela ONG podem ser obtidas no site www.off.org.br

Churrasco Beneficente - Neste domingo (12), a instituição promove um churrasco beneficente. O evento, para 1,5 mil pessoas, vai acontecer na Chácara do Latino Americano, que fica a 3 quilômetros da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), na saída para o município de Rochedo. A entrada custa R$ 15,00.

No local será servido arroz, mandioca, vinagrete, farofa, carne e salada. É necessário levar pratos e talheres.

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