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Comportamento

Uma artesã portuguesa vendendo bolinhos de bacalhau em Corumbá

Elverson Cardozo | 29/04/2012 11:25
“Final do mês ninguém mais tem dinheiro”, diz artista sobre a data do Festival América do Sul. (Foto: João Garrigó)
“Final do mês ninguém mais tem dinheiro”, diz artista sobre a data do Festival América do Sul. (Foto: João Garrigó)

Do artesanato ela ainda não largou de vez porque é uma paixão portuguesa. Mas, como já chegou a conclusão de que viver da arte em Corumbá não é um negócio tão promissor, resolveu vender bolinhos de bacalhau na porta de casa. A iguaria sai mais do que as miniréplicas do Casario de Corumbá que ela produz artesanalmente.

Gena Barreto tem 49 anos e é artesã há mais de 30. Portuguesa de Amareleja, a “terra do sol”, dona Gena mudou para Corumbá em 2000, quando foi convidada para participar de uma exposição em Campo Grande.

Acabou se casando com um artista plástico da Capital e nunca mais voltou à terra natal. Resolveu tocar a vida em Corumbá, mas se decepcionou com a desvalorização e a falta de incentivo para continuar com o artesanato.

“Corumbá é bom, bonito, mas a nível do trabalho do campo das artes plásticas é complicado”, afirmou. Gena também critica a época em que o Festival aconteceu. “Final do mês ninguém mais tem dinheiro”, disse.

Para a artista, a desvalorização “é uma coisa que não se justifica”, porque Corumbá tem tudo para ser um grande pólo de arte. O problema, na opinião da artesã, é que o turismo da cidade é voltado para outros setores.

Diante da dificuldade em vender artesanato, Gena resolveu fazer bolinhos de bacalhau. (Foto: João Garrigó)
Diante da dificuldade em vender artesanato, Gena resolveu fazer bolinhos de bacalhau. (Foto: João Garrigó)

Diante da dificuldade, Gena resolveu fazer bolinhos de bacalhau para vender na porta de casa. Diz que a iguaria sai bem e rende mais do que os artesanatos que produz.

Questionada se pretende voltar para Portugual, Gena afirma que por enquanto não, devido a crise que atinge a Europa e porque também gosta da Capital do Pantanal. O problema em Corumbá, declara, é que nem tudo mundo diz o que pensa.

“Nunca se vai para frente se as pessoas não expressarem suas idéia e se encorajarem”, finalizou.

Festival - Gena Barreto está participando da 9ª edição do Festival América do Sul. Está no stand de Fundação de Cultura e Turismo do Pantanal, junto com outras artesãs. Vende miniréplicas do Casario de Corumbá.

O valor varia de acordo com a técnica utilizada. As peças vão de R$ 5,00 a R$ 50,00.

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