Festival América do Sul faz Corumbá respirar arte e exalar cultura
De nomes conhecidos a artistas anônimos a "Cidade Branca", como Corumbá é conhecida, reúne, desde quinta-feira, um pouco da arte e da cultura do continente sul-americano, nos palcos e tendas do 7º Festival América do Sul, à beira do Rio Paraguai e do Pantanal. Música, teatro, dança, artes plásticas, cinema, literatura e artesanato. Está tudo em um só lugar, à disposição dos visitantes, que amanhã poderão se despedir ao som de Milton Nascimento.
A empresária Viviane Vicuna Azevedo Cartens, de 32 anos, levou o casal de filhos para assistir uma apresentação de palhaços. Na Praça da Independência, a boa e velha gargalhada rolava solta. Mateus Cartens, o filho mais velho, de 10 anos, até já se acostumou a dar entrevistas. Diz que frequenta o festival desde os 2 anos e gosta dos teatros infantis.
A irmã, Mariana Cartens, de 9 anos, conta que a apresentação dos palhaços foi especial e faz questão de dizer que não perde um evento. A mãe confirma a paixão da garota.
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Viviane diz que “larga tudo” para levar as crianças ao festival. Na época do evento, sai até mais cedo do serviço. Os filhos, declara, precisam desde cedo ter contato com a arte, já que “Corumbá está longe das referências artísticas”.
Segundo a empresária, um dos objetivos de levar Mariana e Mateus para ver apresentação de palhaços, é porque a arte dos circos se perdeu com o tempo.
“A gente relaciona o circo com animais. A gente tem que relacionar como lado artístico do ser humano”, afirma.
Dança - No Palco Pantanal, jovens bailarinos que integram o projeto Moinho Cultural, do Instituto Homem Pantaneiro, deram um show e emocionaram a platéia. Na ponta dos pés, eles interpretaram trecho do espetáculo “Moinho In Concertlo Luna” – um paralelo entre as fases da lua e as da vida.
Toda a performance, que também arborda o embate entre o bem o mal - foi acompanhada de um coral e a orquestra da própria instituição. Luana Peixoto, de 31 anos, é uma das professoras de dança.
A bailarina veio do Rio Grande do Sul (RS) e disse que ficou encantada com a iniciativa. Não imaginava que Corumbá “tivesse um projeto desse nível”. O mais importante, relata, é promover o desenvolvimento cultural de jovens que estavam em situação de vulnerabilidade social.
Atrações – Na Praça Generoso Ponce é possível encontrar de tudo um pouco. Arte é o que não falta. Tem a “rede do Pantanal”, feita com cipó, sisal e palha; réplicas do casario do porto e artesanato de comunidades indígenas do Paraguai, por exemplo.
O campo-grandense Jorge de Barros, de 48 anos, levou os fantoches que produz. A proposta, explica, é o brinquedo como opção pedagógica. “Mostrar o teatro com a proposta de educação”, afirma.
Há os tradicionais e os fantoches articulados. O valor médio de venda fica entre R$ 15,00 e 70,00.
No Pavilhão dos países, exposições do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.