Até para quem não ouve, celular é principal meio de comunicação
Até parece propaganda de operadora, mas a tecnologia diminuiu realmente as limitações para Danilo Marcheti, 21 anos. Sem escutar desde que nasceu, nem a deficiência auditiva impediu que ele desenvolvesse uma mania que para todos surge com força na adolescência moderna: o vício em celular.
Em uma festa infantil, enquanto a barulheira tomava conta, eu assistia Danilo entusiasmado na conversa com os amigos, por mensagens. Os dedos rápidos só paravam quando alguém do outro lado respondia.
Na vida do universitário tudo é assim. Não dá para ser como qualquer um? Então ele adapta. Na universidade, quando escolheu o curso, também buscou o improvável. É estudante de letras e depois quer fazer pós-graduação em Libras.
Ligado na internet e nas redes sociais como qualquer outro jovem, na tela do celular, é difícil conseguir contar quantos aplicativos já baixou. Ele próprio confessa “perdi as contas”.
Até na hora de aprender a mexer em tantas “brincadeirinhas” tecnológicas, Danilo usa a internet. "Descobri como mexia nessas coisas todas pesquisando no Google", explica.
Danilo conta que às vezes usa a linguagem de sinais para conversar no Skype e nesses bate-papos alguns amigos mais próximos até já aprenderam Libras
Ele fala com dificuldade e ouve apenas 20% do ouvido esquerdo, com ajuda de aparelho. Para auxiliar a comunicação, faz leitura labial.
Em festas, por causa do barulho, já aconteceu de conversar com amigos por mensagem no celular, uma dica até para quem ouve e quer bater-papo em plena boate.
O telefone faz parte de toda a rotina do rapaz. Ele está nas mídias sociais, Twitter, Facebook, abusa do Instagram, além de MSN e Skype, e diz ficar online quase 24h.
Com a mãe, ele tem um código. Se Danilo está fora de casa e o celular toca com o número dela, nem precisa atender, já sabe que é para ir embora.
Mas apesar de as ferramentas tecnológicas ajudarem no dia-a-dia, Danilo garante que o contato pessoal, o poder conversar com os amigos cara a cara, é muito mais bacana.
"Faço tudo normal, vou para a balada com meus amigos e gosto muito de tomar tereré", resume.