Café em copo de R$ 1,69 é solução 'raiz' para a xícara polêmica de R$ 210
Peça de grife provocou alvoroço na internet, mas simplicidade ainda é preferência na hora do cafezinho
Na última semana, usuários do Tiktok conheceram o mais novo ‘bafafá’ das redes sociais: a polêmica das xícaras de luxo da marca Tânia Bulhões. Para quem não está por dentro, vai um resumo da fofoca:
Durante viagem à Tailândia, uma influencer brasileira comprou um café de R$ 5 em uma lanchonete comum do país. Para a surpresa da blogueira, o pedido foi servido em uma xícara idêntica a da grife de luxo, exceto pela ausência da logo da empresa, que promete exclusividade e linha autoral dos produtos.
Enquanto na Ásia a xícara tem status popular, no Brasil cada peça custa R$ 210, quase 14% do atual salário mínimo do País. O vídeo expondo a situação viralizou e já foi visto por milhões de pessoas. Confira o flagrante!
Mas afinal, o recipiente realmente importa quando bate a vontade de tomar um cafezinho?
Com a polêmica dando o que falar, clientes da grife se revoltaram e o que não faltou foi meme de deboche sobre a situação. Nas redes sociais, abriu-se discussão para julgar se R$ 210 é ou não preço justo para uma xícara.
Em meio ao debate, há quem ainda se mostre "raiz" e muito mais econômico quando o assunto é o tradicional cafezinho. João Luis Vargas, de 45 anos, até sugere uma alternativa bem mais barata e brasileira às xícaras.
“Bom mesmo é o copo americano que todo mundo tem em casa. Acho um exagero pagar tão caro em uma xícara, não compraria mesmo se tivesse dinheiro. Prefiro meu copo”, afirma.
Segundo ele, o hábito de usar copo americano vem da lida do trabalho de caminhoneiro. “Trabalhei muitos anos como caminhoneiro e era o copo que eu usava. É prático, barato e o vidro deixa o café mais gostoso", explica.
Tatiana Marques da Silva, de 43 anos, faz parte do time dos que usam xícaras. No armário, a enfermeira tem coleção com mais de 30 unidades, mas, segundo ela, todas as peças são "raíz". "Tenho muitas, mas todas são raízes, nenhuma custou mais que R$ 39", revela.
Entre tantas opções, ela assume que duas são preferidas e as mais usadas no dia a dia. "Uma ganhei de uma pessoa especial e outra uma sobrinha trouxe de Maceió para mim", detalha.
Apesar de dispensar a gourmetização, para Tatiane a hora do café é coisa séria. "Sou bem sistemática com meu café. Não acho que a xícara influencia no sabor, mas pode interferir no meu humor. Para mim é um momento de relaxamento que influencia no emocional", avalia.
Para quem deseja uma boa experiência com o cafezinho, nas lojas do Centro de Campo Grande existem muitas opções, e nem é preciso desembolsar tanto dinheiro.
Na rede de lojas Giga, por exemplo, o casadinho de xícara e pires sai a partir de R$ 15 e ainda têm opções de cor. Fazendo as contas, uma única peça Tânia Bulhões compraria 14 no kit vendido no Centro e no camelódromo de Campo Grande.
Opção do João Luís, o copo americano é encontrado a R$ 1,69. A xícara avulsa, R$ 4,99.
“Existem opções baratas. Acho que quem compra de uma marca muito cara faz isso pelo status. Acho um absurdo", comenta a dona de casa, Jade Camila Vicente da Silva, de 27 anos.
Após a polêmica com a influencer, a marca Tânia Bulhões retirou das opções de venda a linha exposta nas redes sociais. A marca pediu desculpas e alegou que parceiros externos teriam descumprido acordos contratuais ao comercializarem sobras de produção que não passaram pelo controle de qualidade.
E você, compraria uma xícara de R$ 210?