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Consumo

“BDSM” ganha como o fetiche queridinho dos campo-grandenses

Você sabe o que significa a sigla? Profissionais explicam e revelam aumento nas vendas de acessórios

Thailla Torres | 11/03/2021 06:15

Para quem tem ou já teve curiosidade sobre o fetiche mais buscado na internet pelo campo-grandense, uma recente pesquisa facilitou as coisas e compilou quais os mais procurados em Campo Grande. Quem ficou no topo é o BDSM.

Boutique de produtos eróticos ganhou até sala exclusiva para artigos BDSM (Foto: Bruno Sartori)
Boutique de produtos eróticos ganhou até sala exclusiva para artigos BDSM (Foto: Bruno Sartori)

A sigla, que significa bondage (artigos para contenção), dominação (quem manda), sadismo (quem se excita com a angustia sexual do outro) e masoquismo (quem se excita em sentir dor), ganhou maior fama depois de filmes como “50 tons de cinza” e “365 dni” que retratam esse tipo de tipo fetiche e tiveram alcance mundial.

Mas outros filmes também fizeram sucesso explorando o tema, como “Um drink no inferno” com Quentin Tarantino e o filme “Corpo em Evidência” que tem a Madonna como atriz e retrata esse universo. Ainda sobre o tema, atualmente tem a série da Netflix chamada “Amizade Dolorida” que traz um pouco de humor para esse universo fetichista.

O que também comprova esse apreço pelo fetiche é o aumento das vendas de acessórios BDSM nos sex shops da Capital. Em três deles, as proprietárias foram enfáticas: “o isolamento social fez explodir a procura por esse tipo de produto”.

Dona da Labareda Boutique, a sexóloga Karina Brum investiu até em ala exclusiva para acessórios do fetiche. Algemas, chicotes, tecido para contensão, bandage, arreios, cintos de castidade, mordaças estão entre os acessórios mais vendidos.

“Acredito que as pessoas estão buscando inovação e casais têm optado por esse tipo de acessório porque o nível de responsabilidade afetiva está maior dentro dos relacionamentos. Para nós, houve uma demanda gigante”, explica Karina.

A sexóloga destaca que o fetiche atrai pelo aumento da excitação e a sensação simbólica. “Fetiche é uso de acessório para melhorar ou aumentar o desejo sexual, então as pessoas têm buscado pelo BDSM porque há o aumento desse estímulo. Quando você contém os braços você aumenta essa sensação”, exemplifica.

No entanto, ainda há um senso comum de que BDSM é “quem gosta de apanhar ou bater”. Não! A profissional enfatiza que a prática, como qualquer outro fetiche sexual, deve ter consentimento e leveza. “Existem níveis do BDSM. Tem que conversar para saber em qual se está”, pontua.

Josy Braga, dona da Afrodite, também diz que viu suas lojas pipocarem com clientes à procura de acessórios, mas os de BDSM se destacam. “Principalmente algemas, chicotes e amarras em geral”, diz.

Investimento – Antigamente o público fetichista era muito específico e fechado, explica a empresária Annalies Padron Chiappetta Soares, que é sexcoach e dona do sex shop Cinta Liga. Hoje, segundo ela, casais estão se permitindo viver experiências diferentes.

“Há alguns anos no máximo saiam kits com algemas de pelúcia e uma venda, hoje são artigos mais sofisticados, com materiais mais resistentes, como de aço, de couro ou até mesmo de vidro”, conta.

O que que também chamou a atenção da empresária foi a procura de informação na área do prazer. E como Campo Grande não havia muita opção para os praticantes de BDSM e clientes informavam que compravam na internet, ela resolveu investir na área.

“Passei a estudar mais sobre os diversos fetiches. Não existe uma resistência, pelo contrário, alguns artigos que antes não eram vendidos facilmente, hoje tem muita procura, como os plugs anais de aço de joia e cauda de gato, de coelho. O vibrador super potente de varinha. Muitas cordas para prática de shibari. Arreios, cintos de castidade, mordaças. Até mobiliários BDSM em madeira nós fabricamos sobre encomenda”, destaca.

Por serem fetiches que envolvem dominação e submissão psicológica ou sexual, Annalies acredita que muitos adeptos, para fugir do caos, até mesmo do stress da pandemia, buscam nessa prática de interpretar esses papéis uma forma mais prazerosa. “Saindo um pouco das convenções em um mundo onde podem ser dominados ou dominadores sem julgamentos, sem abusos”, destaca.

No entanto, assim como Karina, Annalies ressalta que essas práticas devem ser guiadas com consentimento e autorização dos parceiros. “Sempre respeitando o limite de cada um, para não causar nenhum dano. É preciso também o uso de uma palavra de segurança para que as pessoas demonstrem que chegaram em seus limites”, finaliza.

Ainda segundo a pesquisa realizada pelo site Viva Local, uma plataforma de anúncios grátis, ficou em 2º lugar o fetiche cuckold, que é o fetiche no qual o homem tem prazer em ver sua parceira saindo e se relacionando com outras pessoas.

Em 3º lugar está o swing, que envolve troca de parceiros com total consentimento dos dois lados. Inclusive já mostramos no Lado B que, no início da pandemia, clientes ligavam todo dia para saber quando a casa de swing voltaria.

Em 4º lugar ficou a fantasia e em 5º o latex e o couro, que significa ficar excitado com a sensação do látex, couro ou borracha, ou pelo cheiro.

Curta o Lado B no Facebook e no Instagram. Tem uma pauta bacana para sugerir? Mande pelas redes sociais, e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563.

Plugs anais também são queridinhos na hora do fetiche (Foto: Charlene Bitencourt Fotografia)
Plugs anais também são queridinhos na hora do fetiche (Foto: Charlene Bitencourt Fotografia)
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