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Consumo

Mãe descobre “mina de ouro” na pandemia com produtos eróticos

Ela também busca mostrar que mãe também pode sim falar de sexo, sobre as transas e o que mais sente prazer

Thailla Torres | 18/01/2021 06:31
Annalies descontrói imagem de que mães "não falam" ou "não podem falar" do prazer (Foto: Charlene Bitencourt Fotografia)
Annalies descontrói imagem de que mães "não falam" ou "não podem falar" do prazer (Foto: Charlene Bitencourt Fotografia)

“Quando o assunto é maternidade, a imagem idealizada dela exclui totalmente a sexualidade feminina”, diz a empresária Annalies Padron Chiappetta Soares. Aos 36 anos, ela tem orgulho de ser uma mãe que fala de sexo, tem sexualidade, transa e sente prazer. Mais do que isso, agora ela também é uma mãezona que vende produtos eróticos e têm surpreendido na internet.

A surpresa é por Annalies ser mãe de dois filhos pequenos e ter começado o negócio ainda na gestação. Essa relação da maternidade com o prazer, segundo ela, ainda é um tabu gigantesco no universo feminino. Por isso, além de vender, ela não cansa de estudar e levar conteúdos sobre sexualidade de forma leve às redes sociais.

Foi assim que descobriu uma verdadeira “mina de ouro” na pandemia. Enquanto muitos ainda se recuperam do prejuízo financeiro nesse período tão difícil, Annalies deu uma guinada vendendo de vibradores a plugues anais.  Mas ouviu muitos questionamentos sobre a profissão.

“Alguns amigos perguntavam como havia sido para meus pais e sogros, por eu ter filho pequeno e um adolescente. Mas sempre soube separar bem as coisas, dentro de casa a sexualidade não é um tabu”, diz.

Annalies fez até ensaio com os vibradores ao lado de produtos regionais na Feira Central (Foto: Charlene Bitencourt Fotografia)
Annalies fez até ensaio com os vibradores ao lado de produtos regionais na Feira Central (Foto: Charlene Bitencourt Fotografia)

Ela é formada em marketing e estudante de Letras na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, mas sempre teve vontade de empreender, é de uma família de comerciantes em Santos (SP), cresceu no meio das lojas e ajudando a família nas vendas.

A sexualidade sempre foi um tema fascinante para Annalies, era “a amiga” e “a irmã” que conversava abertamente sobre o assunto, com leveza e naturalidade. Há quatro anos ela teve a oportunidade de trabalhar em um sexshop, foi então que despertou ainda mais   a vontade de ajudar as pessoas através desse conhecimento que adquiriu. “Antes do início da pandemia resolvi fazer um curso de sexcoach e então veio a ideia de empreender abrindo meu sexshop online”, conta.

Diferente do sexólogo, Annalies explica que o sexcoach que trata da sexualidade humana de um modo geral, de seus transtornos e tratamentos e atua como uma espécie de “personal da sedução”, que busca melhorar a qualidade dos relacionamentos e o desempenho sexual dos casais. através de orientações específicas e jogos sexuais, que variam de caso para caso.

Vibradores são os queridinhos da pandemia (Foto: Charlene Bitencourt Fotografia)
Vibradores são os queridinhos da pandemia (Foto: Charlene Bitencourt Fotografia)

Ela ensina, por exemplo, como conhecer melhor as zonas erógenas, tanto do próprio corpo como do corpo do (a) parceiro (a); libertar de tabus e frustrações sexuais; além de ajudar o casal a se sincronizar e tomar a iniciativa dentro da relação.

O que ela não imaginava no meio do negócio era dar de cara com uma pandemia. O que para muitos foi um desespero, para Annalies foi a “mina de ouro”, com direito a ensaio dos produtinhos de um jeito bem regional, na Feira Central. “Fiquei com receio no início da pandemia. Mas para minha surpresa, o negócio online cresceu muito, o sexshop online ainda mais. As pessoas em casa, confinadas, começaram a olhar mais para a sexualidade e para os seus relacionamentos. Assim como presenciei vários casais em crise, que precisavam de uma ajudinha extra, outros estavam se permitindo coisas novas, como por exemplo investir em um primeiro vibrador”.

Segundo Annalies, as pessoas começaram a consumir mais vibradores. Muitos por estarem sozinhos e solteiros adquiriram brinquedinhos para usar a imaginação e se satisfazer pela masturbação. “Alguns casais, que não podiam se encontrar, adquiriram brinquedinhos para fazer sexo virtual e matar um pouco a saudade”, destaca.

Hoje, além de vender, ela fala de sexualidade de um jeito leve e descontraído (Foto: Charlene Bitencourt Fotografia)
Hoje, além de vender, ela fala de sexualidade de um jeito leve e descontraído (Foto: Charlene Bitencourt Fotografia)

Hoje ela comemora o sucesso das vendas e apoio incondicional da família, dos filhos, do marido. “A família achou estranho a princípio, receio da exposição da minha imagem, muita curiosidade sobre os produtos que eu venderia, aos poucos foram se acostumando e ficando também admirados com o tamanho do público que eu atingia”, conta.

Mas ela sempre ressaltou que era um empreendimento materno. “Quando descobri a segunda gestação, eu fazendo a segunda graduação, vi uma grande oportunidade de estar em casa com as crianças e estudar. E por trás do comércio, tem minha vontade de ajudar as pessoas a saírem da rotina, descobrirem o próprio corpo, livres de tabus”, finaliza.

Quem quiser saber mais e conferir os conteúdos e produtos de Annalies, pode seguir o seu perfil no Instagram.

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