Com 30 padrinhos e um belo imprevisto, noivos casam em bar e com feijoada
Sabe a arte de fazer de um limão uma limonada? É o tipo do exercício que sempre inspira. E para aqueles dias de expectativa, que as coisas começam de forma errada, a história do casamento de Aline e Paulo pode ensinar um pouco.
Com um vestido todo em renda, linda, ela desce as escadas cantando “Altas horas, altos papos e a gente nem percebe”, música do Victor e Léo. O noivo está esperando, os dois se encontram, se abraçam, e se beijam.
Esse era o script da entrada do casamento planejado pela secretária Aline Fonseca, de 22 anos. Era a surpresa que queria fazer para o noivo, Paulo Eduardo Pereira dos Santos, de 32 anos. Mas não foi bem assim. Os músicos contratados para animar a festa não apareceram na hora certa e os planos tiveram de mudar.
Era para eles terem chegado às 11h, já era 13h e nada deles. A noiva chegou e foi a primeira coisa que ela percebeu. “Cadê os músicos?” O nervosismo tomou conta, ela teve vontade de chorar, mas as madrinhas estavam ali para apoiar.
“Fica calma!”, dizia uma. “Você tá linda, vai dar tudo certo”, falava a outra, mas Aline só queria saber porque os músicos que deveriam estar cantando há mais de uma hora ainda não estavam lá.
“Se precisar a gente mesmo canta para você entrar”, descontraiu outra madrinha. Então, ela respirou e ao som das palmas dos padrinhos e convidados entrou no bar, que nesse dia era o seu altar.
O noivo, meio assustado, de bermuda, saiu do segundo andar quase que correndo em direção à noiva, com um sorriso no rosto e meio perdido. O encontro terminou sim com um beijo, sob os olhares das pessoas queridas. Então, como manda o figurino, ela foi de mesa em mesa cumprimentar todos os convidados.
O lugar escolhido não é do tipo convencional. Os noivos decidiram receber os amigos no Democrático, bar da Rua 7 de Setembro. Para o almoço, aquela feijoada. O casamento aconteceu no sábado e o espaço não uma simples locação, tem enredo, tanto para os noivos, quanto para os convidados.
Para comemorar, a lista teve pouco mais de 70 pessoas escolhidas a dedo, quase metade em posição privilegiada. Só de padrinhos foram 15 casais, 30 amigos.
“Se vocês estão aqui é porque vocês são muito importantes para a gente. Tudo que a gente fez aqui foi com muito carinho”, disse a noiva, interrompida pelas lágrimas, de alegria, é claro.
Depois ela pode enfim cantar para o noivo. Os padrinhos também fizeram uma homenagem. E apesar dos pesares de iníco, não faltou alegria.
Outra diferença é que não teve troca de alianças, nem cerimônia religiosa tradicional.
A ideia de casar em um bar foi da noiva. O Democrático é um lugar que o casal, junto há quatro anos, sempre frequenta. Eles já comemoraram muitas datas especiais por ali.
“Aqui é bacana é bem aconchegante, a receptividade é muito boa e eu não imaginava outro lugar para casar. A gente gosta de reunir os amigos, ficar junto, e não tem clima melhor que de um bar”, afirma a noiva.
No começo Paulo estranhou a ideia, mas depois, pensando bem, adorou. “O pessoal fica a vontade, tranquilo, é bem atendido e tudo acaba sendo bem legal”, comenta.
O enfeite do bolo, os docinhos e a decoração, tudo foi pensado por Aline com carinho, mas também economia. Nada de extravagância, tudo simples.
No estilo candy colors, os tons predominantes foram rosa claro e azul bebê. Garrafas de vidro com água colorida, também foram preparadas com a ajuda de algumas madrinhas.
No mais, o ambiente do bar completou o cenário. Mas o que fez diferença foi serenidade dos noivos de não deixar nenhum imprevisto atrapalhar o dia especial deles. Por fim os músicos chegaram, para a história ter um final ainda mais feliz.