Com churrasco e cerveja, casamento em pesque e pague foi a cara do noivo
Conhecidos desde a faculdade, depois de sete anos, Daniela e Rômulo se reencontraram. Solteiros, os dois viveram um amor à segunda vista. De quem reconhece o sentimento num reencontro. Ele, administrador rural, ela, advogada, ficaram noivos em 2011 e passados três anos, resolveram marcar a data.
O que era para ser uma comemoração pequena, só para não passar batido, não teve a aprovação dos amigos. A turma cedeu o espaço e queria também dividir a conta da cerveja e do churrasco. Diante da vontade masculina de organizar, Daniela tomou frente para então fazer um casamento como manda o protocolo, mas que também fosse a cara deles.
O Lado B insiste em contar as histórias de casamentos, porque além de apaixonados e crentes no amor, é no grande dia que noiva e noivo imprimem na cerimônia quem eles são. A identidade deles está na decoração, na escolha do vestido, das músicas. E muitas vezes, é a forma de dizer o "sim" que fala muito mais do casal do que qualquer descrição em palavras.
Dessa vez, quem conta a história é o noivo, até porque o local diz mais sobre ele. De família de pecuarista, que já carrega a tradição da bota e chapéu, Rômulo Sançana França é gerente de vendas de sementes de pastagens. Aos 34 anos, subiu ao altar em janeiro para jurar estar junto de Daniela na alegria e na tristeza. De dia, o casamento aconteceu às 10h da manhã na Igreja Sagrado Coração de Jesus e de lá seguiu para a Estância Malhete, pouco à frente da UCDB, para o churrasco rolar.
"Meu pai é veterinário, desde criança sou ligado ao campo. Sou técnico em Agropecuária e administrador rural. Vou muito em fazendas e sempre quis que fosse uma festa neste sentido, um churrasco mais simples e mais tranquilo", conta Rômulo.
O pesque e pague já é um velho conhecido dos noivos. Há 10 anos o rapaz frequenta lá para pescar, soltar e ainda comer um peixinho frito. Da família de um amigo de Rômulo, era comum que aos finais de semana eles passassem por lá. Para 300 convidados, o almoço desta vez não era um simples costelão entre amigos, como de praxe a turma fazia no último domingo do mês.
"Fizemos as costelas inteiras, carneiro, porco assado. A gente escolheu lá porque queria fazer de dia e um churrasco para o pessoal ficar à vontade", explica o noivo.
"Lá não é lugar que sempre faz casamento, o meu foi o segundo ou o terceiro", completa Rômulo. A noiva cuidou dos detalhes de decoração e buffet e o noivo da carne e da música. "Teve a participação de alguns amigos que tocaram ao vivo e música rolando que a gente selecionou", descreve.
Além de ser um local que o noivo sempre frequentou, o fato de não querer um salão fechado e nem uma festa à noite também pesou. "Porque esses casamentos que são à noite, o pessoal chega, cada um senta numa mesa e fica a noite inteira ali. Eu queria que o pessoal ficasse à vontade para circular, se ver, se cumprimentar e que fosse um churrasco de fazenda", explica.
Nas palavras da noiva, alguns detalhes saem mais fácil, como a entrada do pajem que trouxe as alianças ao altar amarradas num chapéu. Quanto ao lugar, Daniela diz que concordou em fazer a festa na estância por ser uma vontade do noivo. "Ele sempre gostou bastante desse lugar e é um dos mais bonitos, neste estilo, que eu conheço", comenta Daniela Volpe Gil Sançana, de 31 anos.
Nas conversas que tinham sobre casamento, o consenso era de que a festa teria de ser algo para juntar, animar, e interagir noivos e convidados. Em 70 dias, junto da cerimonialista Karla Lyara, Daniela não enlouqueceu e conseguiu organizar a festa ao modo do casal.
"Pedi para os padrinhos e as madrinhas irem de longo para a cerimônia, mas depois que falei que chegando na festa, eles podiam trocar de roupa. A gente queria que as pessoas se sentissem confortáveis", justifica Daniela.
O pai da noiva ficou de bermuda, a mãe trocou a roupa de glamour por um vestido mais simples. Rômulo colocou um jeans, uma bota e um chapéu e Daniela, um vestido branco, longo, mas mais confortável para curtir a festa.
"Foi tudo impecável, do jeito que eu tinha imaginado e planejado. Não vi nenhum defeito", define. Em resumo, a festa foi além disso: o casamento estava a cara deles.
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