Da decoração ao álbum de fotos, muita coisa está fora de moda nos casamentos
Tudo muda, até o tapete vermelho do casamento. Hoje, noivas mais antenadas preferem os tons berinjela, chocolate e marfim. Algumas entram pisando em cima de espelhos, enquanto outras chegam a dispensar a passadeira dos sonhos em nome do minimalismo.
Apesar da modernidade, ainda existem os casais “tradicionais”. O Lado B foi descobrir o que ainda é pedido, apesar de ultrapassado, quais as alternativas para gosta de cultivar o estilo do passado sem parecer brega e o que está em alta.
Proprietária de uma loja de vestidos de noivas em Campo Grande, Gleide Flores prefere falar em tendência. Algumas coisas saíram de moda, diz, mas nem por isso a procura acabou. O brega, na avaliação dela, é relativo.
Vestidos mais armados ainda estão no sonho de algumas mulheres, mas a preferência tem sido os cortes retos, com rendas, bordados e brilhos. Mangas bufantes ninguém mais pede e luvas foram abolidas.
Tem quem encomende coroa, mas a tiara, orienta, é mais atual. Véu longo ainda é aceito, mas a onda vintage permitiu a volta das mantilhas. “Hoje em dia é difícil falar que uma coisa é brega”, explica.
Gosto é gosto, mas, neste caso, dá para discutir. Segundo decoradores, tapete vermelho, embora seja pedido, não é mais tendência. Arranjos florais com galhos secos, outro item que sempre entra na lista dos noivos, ficaram no passado. A moda agora são as flores naturais, que podem ser o ponto alto de uma festa.
Bolo falso, só se for muito bem feito, sem brilho ou laçarotes. E, em cima, melhor deixar de lado os noivinhos feitos de biscuit, ainda mais se a intenção é colocar o homem com camisa de time ou a mulher arrastando o amado pela coleira, por exemplo. É até engraçadinho, mas não pega bem. Bonecos de porcelana caem melhor, só que são mais caros, lógico.
Se a decoração de ambientes mudou, as regras de etiqueta para frequentá-los também sofreu alterações. Proprietária de três salões luxosos em Campo Grande, Regina Canappele, comenta que, atualmente, é mais elegante deixar as crianças em casa.
“Muitos ficam correndo, brincando de esconde-esconde embaixo da mesa de doce, da ilha de frios... Pode acontecer um acidente”, comenta.
Reservar mesas para convidados, embora ainda seja pedido, é algo que não se faz mais. “As pessoas gostam de escolher os lugares e com quem vão se sentar. Muitas vezes o anfitrião te coloca em uma mesa que você não gostaria de estar”, justifica.
Adereços é outra coisa ultrapassada. “Caiu em desuso porque são itens que, às vezes, mancham a roupa com aquelas plumas e até com pulseiras de neon, que estouram fácil. Foram substituídos por plaquinhas com mensagens, molduras do Instagram e do Facebook”.
Corte de gravata, brincadeira condenada pela maioria dos cerimonialistas, nem deveria ser cogitada, mas ainda é muito comum. “O convidado se sente desconfortável por ter dar dinheiro aos noivos sendo que já investiu no presente”, diz.
Na área da fotografia os serviços também se modernizaram. Há casais que preferem fotos em estúdio, mas isso, segundo o fotógrafo, Antônio Ferreira, de 49 anos, não é nada atual. “Agora é só externa”, explica.
Banners foram substituídos por retratos na decoração e lembrancinha com mini-foto não se usa mais. Pelo visto, até o trash the dress vem sendo deixado de lado. “Caiu a procura uns 80%”, conta.