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Consumo

Da música para a moda, Dona Nega usa o poder negro para criar coleções

Thaís Pimenta | 10/01/2018 07:48
Boné da antiga coleção do Dona Nega, que tomou a cabeça da galera. (Foto: Divulgação/Thamires Mulatinho)
Boné da antiga coleção do Dona Nega, que tomou a cabeça da galera. (Foto: Divulgação/Thamires Mulatinho)

A banda que surgiu a partir de um samba deu origem à uma marca de roupas de mesmo nome, a Dona Nega. Criada pelo publicitário e músico Patrik Sandim, a moda é masculina, com camisetas e bonés. A intenção é fazer do poder negro uma inspiração para quem usa. "Me inspiro na miscigenação da cultura brasileira com africana levando o conceito de liberdade e respeito aliados a arte do bem, que transcende manter viva a identidade Black Power com orgulho", diz.

Da música para a moda, o caminho percorrido por Patrik foi muito natural, como ele mesmo relembra. "A banda ia bem e eu resolvi fazer umas camisetas e uns bonés pro grupo e pra quem nos seguia. Jogamos na rede social e as pessoas de fora do Estado vieram perguntar como fazia pra comprar. Na época era uma coisa bem simples, eu comprava um boné, bordava e mesmo assim vendeu tudo, foi bem bacana a repercussão".

Thaíde e sua mulher usando o boné antigo da Dona Nega. (Foto: Acervo Pessoal)
Thaíde e sua mulher usando o boné antigo da Dona Nega. (Foto: Acervo Pessoal)
Rominho e seu Dona Nega na cabeça. (Foto: Acervo Pessoal)
Rominho e seu Dona Nega na cabeça. (Foto: Acervo Pessoal)

Esse foi o primeiro passo da marca de vestuário, que só veio surgir oficialmente quando ele desencantou de bombar pelo Brasil com a música. "Eu me vi parado, sem grana, e decidi retomar as produções das peças". A partir dai, o músico virou empresário. "Comecei a pesquisar, entrar fundo no mundo da moda porque até então eu não conhecia nada de corte e costura".

Na segunda leva dos bonés Dona Nega, a estratégia lançada para bombar o produto foi colocá-lo da cabeça de pessoas influentes. "O Rominho, músico daqui, usou esse boné, o Henrique do Henrique & Diego cantou ao vivo com o cap ao lado do MC Guime por acaso, no Brahma Valley, porque começou a chover e o meu amigo Eto, que era da percussão da banda dele, passou pra ele o boné pra não molhar os retornos no ouvido, além do rapper Thaíde, que até postou foto com a mina dele comendo sushi com Dona Nega no visu".

A qualidade foi melhorando e, a cada coleção, os bonés e camisetas alçavam novos destinos. "Pro futuro quero começar a produzir novas peças, abrangir o setor do vestuário com casaco, roupa e etc. Por enquanto mantendo o e-commerce mas com uma loja móvel aqui na Capital em uma kombi".

Modelo que faz parte da nova coleção, a 2k18. (Foto: Divulgação)
Modelo que faz parte da nova coleção, a 2k18. (Foto: Divulgação)
Novo modelo que estará disponível na nova coleção. (Foto: Divulgação)
Novo modelo que estará disponível na nova coleção. (Foto: Divulgação)

Por enquanto, a novidade mais quente é a coleção de bonés 2k18, que será lançada nesta sexta-feira (12), na Brava, a partir das 20h. De acordo com Sandim, daqui a 30 dias, acontece o lançamento das camisetas também. "Os caps foram criados por mim junto com a equipe da fábrica. Já as camisetas foram assinadas por artistas daqui".

Essa ideia de criar estampas junto a profissionais de Campo Grande deve se manter na Dona Nega. "Quem criou essas primeiras estampas foram três amigos meus, o João Leão, que é grafiteiro, o Pedro Nachif e do desenhista Felipe Melchiades", completa.

Os "caps" 2k18 foram pensados em duas modelagens, a tradicional e aba reta. A coleção conta com 10 modelos exclusivos e inéditos, produzidos a partir do conceito original da marca, em alta qualidade. "Eles estão num padrão a nível Brasil assim", finaliza.

As peças podem ser adquiridas a partir de R$ 39 no evento ou no site da marca.

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