De branco, noivos encaram lama e ensaio em fazenda rende bela foto até com chuva
Choveu, o céu ficou nublado. O barro virou lama e na brincadeira, os noivos encararam uma modalidade diferente de ensaio pré-casamento. No último domingo, Andressa e Felipe, que sobem ao altar agora em maio, entraram da cabeça aos pés na lama e o resultado são fotos surpreendentes que fogem um pouco do romântico tanto visto por aí.
Andressa é advogada, tem 24 anos e Felipe, administrador, com 26. O casal se conheceu no Orkut e já namoram há cinco anos e oito meses. "Ele é primo de uma amiga. A gente começou a conversar e sair, virou só amigo por um tempo. Um ano depois que começamos a namorar. Eu já era apaixonada por ele", conta a noiva, Andressa Abrão. Membros da Primeira Igreja Batista de Campo Grande, o casamento, nas palavras dela estava nos planos de Deus.
O ensaio deste domingo foi a segunda sessão de fotos realizada e a oportunidade para que o casal também tivesse o momento registrado num filme, pela Santo Antônio Filmes Casamenteiros. "Não imaginei que fosse dar tanta repercussão. Achei que ia ficar como todas. E nossa, valeu a pena me jogar na lama, porque ficou muito legal", descreve.
O desapego também valeu para as roupas. Na fazenda de um amigo, a 10 minutos da cidade, eles embarcaram nessa com o propósito de ter o registro no campo com os dois de branco. Ninguém imaginou que fosse sair dali com o desafio de tirar manchas ou então entregar os pontos e jogar a saia fora.
"Eu já tinha feito outro ensaio mais romântico, que é mais meu estilo. Foi nesta fazenda inclusive, mas aí a gente quis marcar outro mais despojado. Meu noivo ama esporte, ama andar de jipe, bug, essas coisas diferentes", explica Andressa.
Conversa vai, clique vem, ela diz que foi vencida pela equipe do fotógrafo Marcus Moriyama, do filmmaker Matheus Ragalzzi e pelos amigos a se jogar, literalmente, na lama e se divertir. "Fazer nosso ensaio diferente e de uma forma que meu noivo também gostasse, sendo mais radical. Eu fiquei um pouco resistente, a gente estava de roupa branca e ele camisa de marca muito cara. Mas eu topei e ficou muito divertido".
A diversão é transmitida pela espontaneidade que as fotos foram captadas. O sorriso genuíno de quem está prestes a dizer "sim" e a cumplicidade de quem até na lama promete amor eterno.
"Não foi algo que estava no roteiro, a gente foi se divertindo e as fotos foram saindo naturais", completa Andressa. Hoje, vendo os registros, a noiva até aceitaria fazer com o vestido de noiva, depois do casamento.
O fotógrafo, Marcus Moriyama, conta que já mais para o fim do ensaio tradicional, eles pegaram o quadriciclo para dar uma voltinha. "Aí eles começaram a curtir e também a se sujar. Eu peguei e falei, agora quero fazer um top. Vocês ficam na lama e o quadriciclo passa correndo aqui", narra.
De pronto, a noiva foi um pouco resistente, mas acabou aceitando. "O amigo deles passou e eu peguei. Queria fazer essa bem legal e só tinha uma chance. Não podia dar errado", relata.
Sem a intenção, pelo menos de início, a sessão ficou como um "trash the dress", modelo que nasceu nos Estados Unidos, com a missão de acabar, no sentido literal, com o vestido usado no grande dia. É na lama, no rio e nos casos extremos, até incendiado o vestido termina, para acabar também com a velha tradição norte-americana de passar os vestidos de casamento pelas mulheres da família. Aqui no Brasil, a prática é bem mais comedida, mas nem por isso deixa de ser bela.
No dia, a chuva contribuiu e o céu nublado mostrou que é possível se fazer um belo ensaio até mesmo sem a luz do sol. "A gente prefere trabalhar com o sol para a questão de luz e sombra, mas até nisso a chuva ajudou, colaborando para sair mais bagunça", brinca.
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