Depois de 15 anos, família vende lava-jato para lucrar com invenção econômica
A imaginação, diante da necessidade, sempre rendeu boas criações, mas também é preciso determinação para apostar quando todo mundo já desistiu. Foi assim com o comerciante Henrique Bergolli, de 55 anos. Para economizar no lava-jato da família, ele criou um aparelho de limpeza chamado "Hidro System" e, finalmente, começou a ganhar dinheiro.
Ele já foi agricultor, comerciante e nas horas vagas queria inventar, para o desespero da família. “Tinham coisas que eu não apoiava, achava maluquice, mas ele é teimoso”, diz a esposa, a também comerciante, Silvia Regina Bergolli, de 52 anos.
Ela lembra que o marido sempre foi assim, determinado, e cita o exemplo de planos megalomaníacos. “Ele criou um barco e levava ele pra cima e pra baixo até que vendeu para um pescador”, diz. Depois de 34 anos de casados, a esposa resume: “Ele é muito espirituoso”.
Mas desta vez o negócio deu tão certo, que a família fechou o lava-jato que mantinha havia 15 anos na rua Spipe Calarge, e agora aluga o equipamento para postos de gasolinas e outros locais de limpeza de veículos da cidade. São 15 unidades prontas e a possibilidade de aumentar a produção.
Até hoje, Henrique se lembra do “maldito” balde que carregava para lavar os carros. Com ajuda do amigo, o Engenheiro Civil, Luis Masayuki, se livrou do tormento ao inventar a versão regional do aparelho para diminuir o desperdício de água e de produtos de limpeza. De tabela, ainda ganhou tempo para a lavagem de mais carros.
Antes, muitas ideias passaram pela cabeça e algumas até chegaram a sair do papel, mas sem lucro. As invencionices poderiam barrar o apoio dos amigos, mas Luis resolveu apostar nos planos de Henrique. “A gente percebe que a ideia tem fundamento, por isso ajudei”, diz.
A máquina é uma distribuidora de produtos, que serve tanto para lavar carros, quanto para limpeza e higienização de ambientes. Mas para que a máquina ficasse apta ao uso, foi preciso muita paciência.
Henrique demorou cinco anos para finalizar o equipamento, sem preguiça. “As coisas que fiz na vida foi pela necessidade”, conta.
Atualmente, ele está em processo para patentear a marca.