Há 3 anos, feira de brechós bomba no Horto Florestal pela quantidade de peças
"Brechozeiras" estão presentes todo 1º e 3º sábado do mês com itens novas das 8h às 15h
Ver o movimento de pessoas retornar ao Horto Florestal e aproveitar o espaço para incentivar mulheres a começar o próprio negócio foi motivo para as amigas Tarciany Rocha, 41 anos, Marilene Martins, 51 anos, e Crislaine Nunes, 27 anos, criarem a Feira de Brechós, que depois de 3 anos continua lotada aos sábados, pela quantidade de peças e o bom preço.
Tarciany, a Any para os fregueses, trabalha com moda sustentável há 7 anos e antes da feira tinha uma loja física no prédio da antiga rodoviária. Ela conta que quando as coisas “começaram a ficar difíceis” , decidiu fechar o ponto e abrir um bazar em parceria com Marilene. “Tínhamos o sonho de utilizar o espaço público, a Marilene mora aqui na frente e montamos o negócio na casa dela. De lá, sempre víamos esse espaço vazio e imaginávamos que tinha tudo a ver com a nossa proposta”, conta Any, que tinha a ideia, mas não sabia como colocá-la em prática.
Foi com a ajuda do primo, Marcos Silva, que é administrador, que o sonho se tornou realidade. Marcos escreveu um projeto baseado na sustentabilidade que foi aprovado pela Fundação Municipal de Cultura, com o objetivo de incentivar a economia criativa. “Muitas das mulheres que trabalham aqui hoje, entraram para complementar a renda ou como única forma de sustento. Não foi empreendedorismo por oportunidade e sim por necessidade”.
Para Any ainda falta infraestrutura e apoio da Prefeitura na divulgação dos eventos, pois a feira de brechós do Horto já se tornou ponto cultural e uma atividade familiar. “Existe uma agenda da Prefeitura onde eles divulgam sempre os eventos e nós não estamos”, reclama.
Um dos estandes mais procurados é o da Crislaine, as duas primeiras araras logo na entrada da feira, tem os itens que “garimpa” de outros brechós ou compra de clientes. “Aqui nossa clientela é fixa, eles sabem que as melhores peças saem rápido e a maioria chega às 8h para começar o garimpo, também não mudamos os estandes de lugar, porque eles conhecem o estilo das nossas peças e muitas vezes vão direto até a vendedora que tem o estilo mais parecido com o deles”.
Muito ativa, dona Iraci Rocha Soares, aos 75 anos, aparecem em todas as edições do brechó, junto com a filha Tarciany, que antes de participar da feira também já trabalhava com roupas usadas, vendendo e comprando peças de casa em casa, como “sacoleira” (atualmente o chamado brechó de porta-malas que vai até a cliente). Há alguns anos, ela também já teve ponto físico do qual abriu mão porque o aluguel e os impostos encarecem muito o preço das peças.
Edilza de Freitas, de 53 anos, aproveitou o horário de almoço para visitar a feira pela primeira vez, na companhia da filha Maria Vitória. “Já tive bazar e parei porque o fluxo de pessoas era pouco, era um negócio em casa, e isso aqui é ótimo, tanto para quem faz um dinheirinho extra como para quem precisa comprar roupas de qualidade e não consegue pagar 100,00 ou 200,00 reais em uma roupa, sem falar no movimento”.
Dicas para comprar - Letícia Pereira, de 18 anos, e a irmã Alessandra Pereira de 26 anos contam que visitar brechós já é uma tradição de família, um costume que aprenderam com a mãe. Elas acompanham o brechó do Horto há 1 ano, além de também frequentar as lojas no centro e eventos parecidos no bairro Coophasul. Normalmente, chegam às 8h e passam a manhã “garimpando” as peças com calma, tomando tereré e colocando a conversa em dia.
Alessandra faz compras em brechós desde os 12 anos e já estabeleceu alguns hábitos que facilitam na hora da compra. “Você precisa vir com calma e com uma roupa bem confortável, pronta para passar bastante tempo procurando peças que você goste. Também não dá para vir com nada em mente, já aconteceu de querer comprar calças e só encontrar blusas ou o contrário. Para não gastar muito, é bom estabelecer um orçamento. E se você sabe que vai precisar de alguma roupa específica, é interessante começar a procurar meses antes. É sempre uma surpresa o que você consegue achar em brechós”.
Para expor na feira de brechós, Tarciany explica que é preciso comprometimento. Atualmente a organização trabalha com 23 vagas e além do cadastro na lista de espera, a “brechozeira” precisa atender alguns requisitos: ter 2 araras para que as roupas fiquem organizadas, zelar pela higienização e apresentação das peças, não deixar os produtos espalhados no chão e não faltar a mais de 2 eventos.
Interessados na lista de espera devem entrar em contato com a organizadora Crislaine Nunes pelo whatsapp: 67 9344-2111 ou pelo facebook do evento.