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Consumo

Ponto que já foi café e serviu refeição, se achou vendendo grife no Centro

Paula Maciulevicius | 30/03/2014 07:26
Por cinco anos o café resistiu, sendo que nos últimos dois, abriu para refeições. Hoje, há uma década, é loja de marcas. (Fotos: Simão Nogueira)
Por cinco anos o café resistiu, sendo que nos últimos dois, abriu para refeições. Hoje, há uma década, é loja de marcas. (Fotos: Simão Nogueira)

Em 15 anos, o ponto número 1677 da rua Dom Aquino já foi de café ‘cult’ até o que a fachada anuncia hoje: “Retrô”, loja de roupas e acessórios femininos. Em pleno centro da cidade, o comércio vende as grifes Morena Rosa, Lez a Lez e Zinco.

A loja segue o mesmo costume das boutiques, realiza um coquetel a cada chegada da nova coleção. A dona, Adriana Hayafuji 35 anos, não é estilista mas é estilosa. Só foge das fotografias. Sempre ligada no que é tendência, a moça de olhos puxados recebe os clientes de sorriso aberto, indicando acessórios para compor um look.

Adriana abriu o ponto como um “Café com Arte”, na ideia de vender café expresso no estilo paulista, com mesas de mosaico e aberto para exposição de cerâmica, vernissage e lançamento de livros. Talvez pela localização, o comércio não caiu no gosto popular.

Nas araras, Morena Rosa, Lez a Lez e Zinco.
Nas araras, Morena Rosa, Lez a Lez e Zinco.
Peças de 'grife' que passaram a ter venda no Centro.
Peças de 'grife' que passaram a ter venda no Centro.

“Mas não deu, o pessoal queria mais comida. Na realidade o que eles queriam eram restaurantes”, conta.

Por cinco anos o café resistiu, sendo que nos últimos dois, abriu para refeições. Segundo a dona, de prato feito eram 110 refeições diárias. “Como 90% da clientela era mulher, resolvi colocar roupas femininas e buscar marcas. Foi fácil, pelo café eu já conhecia todo mundo”, acrescenta Adriana.

O perfil dos clientes exigia a busca por marcas mais refinadas. No geral, a maioria dos rostos já conhecidos eram de gerentes de bancos dos arredores da Dom Aquino. A Retrô já abriu vendendo grifes, mas diminuiu a medida em que as marcas foram abrindo as portas próprias, como a Gregory, por exemplo.

Desde então, a loja não fez trabalho de propaganda. O movimento vem do boca a boca e dos olhos curiosos de quem abre a pequena porta da rua em pleno Centro. Preconceito ainda existe e há quem se espante de ver marcas comercializadas ali. “Existe preconceito não dá para negar que shopping tem mais comodidade, mas aqui o Centro está mudando isso e os preços, está dentro do que todo mundo trabalha”, argumenta Adriana.

O atendimento, por experiência própria da repórter é personalizado mesmo. Talvez pelas influências que Adriana carrega, de ir além da venda comercial. Sobre o nome da loja, “Retrô”, ela conta que é por gostar da moda e do vintage.

“É atual, hoje todo mundo gosta do estilo que nunca saiu da moda. Ela vai e vem e quando vem, está mais customizada, mas é tudo o que um dia já se usou”, explica.

A Retrô funciona na rua Dom Aquino, 1677, das 8h às 18h e aos sábados, das 8h às 16h.

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