Queridinho das noivas e formandas, estilista começou costurando para amigas
O primeiro emprego foi auxiliar de alfaiataria masculina, aos 16 anos. E ali entre os ajustes nas roupas que ele descobriu a paixão que tinha pela costura. Ao sair do trabalho, resolveu arriscar e com uma maquininha velha começou fazendo vestidos para as amigas. Algumas delas ainda guardam os primeiros modelos até hoje, há mais de 10 anos.
Márcio Rocha leva o carisma que tem para falar do trabalho também para a confecção. Hoje com 33 anos, entre os livros de moda, as folhas de papel em branco na mesa esperam os primeiros rabiscos do futuro vestido de quem adentra sua sala.
"Comecei fazendo roupa das amigas, um conserto ali, outro aqui. Isso para ir sobrevivendo. Mas sempre tive o sonho de chegar nas festas, nas noivas, era o que eu queria. Comecei a trabalhar e meu objetivo sempre foi de atender clientes com excelência, não importava o que eu estivesse fazendo", narra.
O sonho dele sempre foi o de desenhar e vestir noivas, realizado graças a aparição em um concurso de miss em 2009. A propaganda veio do boca a boca. As clientes falavam dele nas lojas de tecido até que surgiu o convite da organização do concurso para que ele, junto de outros ateliês, patrocinasse uma das candidatas. Paralelo ao concurso, também haveria a disputa pelo mais belo vestido.
"Nesse, o meu saiu em destaque e foi assim uma noite que mudou a história do ateliê. De um dia para o outro todo mundo sabia o que eu estava fazendo", conta. No ano seguinte, ele também levou o primeiro lugar.
"Aí começou a entrar vestido, entrar vestido", lembra. Seguindo sempre a linha do que as clientes querem, Márcio se diverte na costura. "O feminino te permite brincar com texturas, viajar nas modelagens e foi aí que eu me apaixonei e quis tocar o meu negócio".
Para Campo Grande, o mercado de início era 'receoso'. "Leva um tempo para as pessoas aceitarem a sua opinião, o seu ponto de vista. O que acontece é que elas chegam ao ateliê querendo copiar a peça de alguém e até você poder opinar e ter o peso da sua palavra, leva tempo", avalia.
Formandas, madrinhas e noivas marcam horário para serem atendidas e conversarem diretamente com o estilista sobre um modelo ideal. Depois disso, é só voltar para acompanhar as provas. A cliente não precisa nem pensar em tecido, é tudo sob responsabilidade da equipe de Márcio.
Em épocas mais "tranquilas", Márcio pode aprontar um modelo em até 20 dias, mas dependendo dos detalhes, pode levar até seis meses. Entre as clientes, o que faz disparar o coração são as noivas.
"Vestir uma noiva é muito emocionante. Tenho noivas que comecei a costurar quando elas tinham 13 anos, fiz o vestido de formatura, dela como madrinha do casamento das amigas e de repente faço o dela de noiva. Você acompanha toda uma trajetória", descreve Márcio.
Quando vê o vestido ir embora, o estilista sente orgulho do que fez. "Quando ele está aqui, você está terminando, a gente não enxerga tanto. Mas depois de um tempo, que ele fica longe de você, nossa... E quando eu vejo um vestido meu? Numa festa?"
Os modelos de Márcio são divulgados no seu Instagram.
Essa foi uma sugestão de pauta da colega, repórter do Campo Grande News, Bianca Bianchi.
