Vídeo mostra empresa 'se vingando' de organizações que maltratam consumidores
Quem nunca ficou horas tentando cancelar ou alterar a assinatura de algum serviço pelo telefone que atire a primeira pedra. Esse é apenas um dos inúmeros exemplos da falta de respeito de empresas com clientes brasileiros. Foi pensando nisso que o site Reclame Aqui decidiu promover uma pequena, mas simbólica “vingança” contra as organizações que mais recebem e ignoram as queixas na plataforma.
A vingança aconteceu durante a inauguração de um restaurante. Representantes das empresas que mais tem reclamações no site foram convidados a participar, o que eles não imaginavam é que seriam tão mal atendidos. Refeições trocadas, com pimenta demais e descuido do garçom foram algumas das pegadinhas. Ao final, ao invés da conta, eles recebiam o relatório de queixas dos consumidores.
De acordo com o fundador do Reclame Aqui, Maurício Vargas, a ideia do vídeo foi mostrar uma pseudo-vingança dos consumidores. “Tudo teve um estudo e um trabalho, todas as empresas, que não vamos falar o nome, são três empresas que não respondem ao consumidor. A reação deles não foi uma surpresa, qualquer consumidor, ser humano reagiria a um mal atendimento. A pessoa vai reagir a uma comida com pimenta, que não chegava, prato trocado, mas são coisas que acontecem no dia a dia dos consumidores. Nossa equipe tentou fazer da maneira mais natural possível”, afirma Maurício.
O vídeo já se tornou um viral, tal como era o objetivo do grupo. Segundo Maurício, a campanha tem mais de 10 milhões de visualizações. “2 ou 3% não gostaram, acham que é uma afronta, que não poderia ter acontecido. Mas, o que ficou mesmo e muito forte é que o brasileiro hoje começa a reagir ao mal atendimento e o Reclame Aqui está do lado dele, mesmo nesse momento tão difícil do País”, acredita.
Criado aqui - O Reclame Aqui foi criado há 15 anos em Campo Grande e ganhou uma dimensão nacional em pouco tempo. “Nós tivemos uma participação muito importante na história do atendimento no Brasil, fomos protagonistas de uma evolução, não uma revolução, mas uma evolução no modelo de atendimento”, ressalta Maurício.
Hoje, a empresa tem sede em São Paulo e almeja mais três países para a atuação. “Estamos levando esse modelo para fora, na Itália, Espanha e Portugal, exportando a nossa plataforma e a nossa experiência. Nesses países, o consumidor é tão maltratado como no Brasil. Na Itália, por exemplo, é muito difícil agendar visita de um técnico para ligar uma TV a cabo. Na Espanha é raro ser atendimento em um primeiro momento por uma empresa de telefonia por cobrança indevida”, explica.
Para Maurício, o que muda é apenas a boa fé que o comerciante tem no consumidor. “Nós chamamos de princípio da boa fé. Aqui um contrato de aluguel tem 17 páginas, em Portugal apenas uma. No Brasil, o empresário sempre acha que o consumidor pode enganá-lo de alguma forma, o que não faz sentido, o brasileiro é honesto”, indica.