Além de arte, Festival movimenta Corumbá com compras e comida sulamericana
Até o próximo domingo (4) Corumbá, distante 444 quilômetros da Capital, é o centro da cultura e da arte sul-americana. O encontro de diferentes tradições dos países da América do Sul movimenta a cidade há 11 anos, leva famílias para as ruas e oferece artesanatos e itens tradicionais a preços bastante acessíveis.
A programação que atende todos os gostos é totalmente gratuita e começa bem cedo, às 9 horas os corumbaenses e turistas já começam a se envolver em atividades de dança, artes cênicas, cinema e música. Mas é quando a luz do sol vai embora e o Porto Geral fica sob a iluminação artificial que o festival ganha cor, forma e som.
Na Praça Generoso Ponce, além do Palco das Américas, local das atrações musicais principais do evento, há os Pavilhões dos Países e do Artesanato. O que mais chama a atenção nos stands com itens típicos de cada país é o preço. Dá para levar para casa uma lembrança do Peru, Argentina, Bolívia e Paraguai a partir de R$ 5.
Um dos stands mais bonitos dos pavilhões é o do Uruguai, comandado pelo artesão Sérgio Godoy, de 47 anos. Aviões, balões e helicópteros feitos de cabaça e com cores típicas podem ser comprados por R$ 30. Os itens decorativos são feitos por Sérgio, um apaixonado pelo Brasil e pelo povo de Corumbá.
“Esse é o 4º ano que nós estamos no festival e gostamos muito. O brasileiro gosta do nosso trabalho e trazemos nossa arte para cá com maior orgulho”, diz. No stande uruguaio, ainda tem brincos e chaveiros feitos de chifre de boi e cuias para tereré confeccionadas de chifre e revestidas de couro, cada item custa a partir de R$ 15.
No espaço peruano, brinquedos para as crianças podem fazer a alegria dos pequenos por R$ 5. Bonecas de pano, chaveiros e até ponchos típicos do país estão à venda, as vestimentas são as mais caras e podem custar até R$ 200.
Além da cultura de países da América do Sul, os visitantes do festival têm muito contato com a cultura sul-mato-grossense. O pesquisador Carlos Luz, 56 anos, e coordenador do projeto Memória Fonográfica do Estado leva até os turistas raridades e também novidades da música sertaneja.
Uma das joias do stand é o vinil do cantor Franquito, primeira gravação de uma voz sul-mato-grossense. Discos da dupla Délio e Delinha, Dino Rocha e Aurélio Miranda também podem ser apreciados durante o festival. Entre os itens que estão à venda o sertanejo universitário é o mais pedido. “A gente faz um trabalho de divulgar nossa música e assim como temos cantores que fizeram história, temos a nova geração”, conta Carlos.
O artesanato de Corumbá também está presente nos pavilhões. O projeto coordenado pelo Moinho Cultural, que recicla malotes dos Correios e transforma tudo em bolsas e mochilas com um toque bastante feminino, chama a atenção. As peças são vendidas a partir de R$ 20.
A comida é um capítulo a parte do festival e já virou marca registrada dos dias do evento. Além das refeições típicas dos países sul-americanos, há opções de churrasco gaúcho, acarajé baiano e até crepe francês.
Mas o movimento mesmo está nas barracas que despertam a curiosidade dos visitantes com comidas de outros países.
Apesar de a Bolívia estar a poucos metros de Corumbá, as saltenhas, majaditos e as tortilhas têm uma ótima saída.
O artesanato, a cultura e a gastronomia dos países por si só já valem a ida ao festival, mas para muitos corumbaenses como o casal que há 51 anos vive junto o que vale mesmo é a união da família.
“Nós adoramos essa festa porque a gente quase não sai de casa. Adoramos passear, ver as coisas de outros países e andar por aqui. É uma felicidade imensa”, conta a aposentada Benedita Orro, de 78 anos.
A programação completa da 11ª edição do festival que vai até o próximo domingo pode ser conferida neste link.