Após 3 anos, Festa do Divino volta com devoção e tradição que contagia
Após 3 anos, festa voltou a ser celebrada em Campo Grande com missa, churrasco e baile
A devoção é uma das principais bases da Festa do Divino Espírito Santo. A celebração, que tem mais de 128 anos em Coxim, chegou a Campo Grande através de famílias que deram continuidade à tradição. Após três anos sem a festa, familiares e amigos voltaram a se encontrar, rezar, dançar e aproveitar as comidas típicas que marcam a data.
O encontro realizado no domingo (11), no Cotolengo-Sul-Mato-Grossense, no Bairro Mata do Jacinto, começou às 8h com café da manhã. Após a refeição, o público acompanhou a missa que contou com a participação do Padre João Alves, que veio de Coxim. A cerimônia foi seguida pelo almoço com churrasco e o baile animado pelas apresentações do Trem Pantaneiro, Canto da Terra e Marlon Maciel.
A Amades (Associação dos Amigos do Divino Espírito Santo) é responsável por coordenar o evento que começou há 29 em Campo Grande. Antes de ser organizada por cerca de 50 pessoas, a festa começou graças a uma promessa.
Quem conta essa história é Hélio Filho, que acompanhou cada celebração desde Coxim a Campo Grande. “O começo dessa festa a minha mãe (Alcinda) fez para pagar uma promessa. Ela mudou para Campo Grande por necessidade e começou a reunir os amigos. Começou com 30 amigos e virou essa proporção que está até hoje”, comenta.
Antes da associação surgir, a celebração era organizada por um casal de festeiros. Além de Alcinda, outras duas pessoas importantes para a popularização do evento na cidade são Zenaide e Acelina.
Retorno cheio de emoção - Interrompida durante a pandemia, a festa retornou após três anos. No começo do mês, a bandeira do Divino Espírito Santo foi levada pela Amades até a casa de fiéis. O tesoureiro da associação, Ruberlei Bugarelli fala sobre outra importante tradição da data e a volta da celebração na cidade.
“É uma satisfação muito grande, é muito emocionante porque você vê a fé das pessoas no Divino Espírito Santo. Nós temos a tradição da bandeira que você faz o pedido, amarra sua oferta na bandeira e passa por debaixo dela para que o pedido seja atendido. É muito legal por conta do tempo que ficamos ausente e esse retorno está sendo muito bacana”, afirma.
Quem não teve a oportunidade de crescer vivendo a tradição garante que a devoção é contagiante. Girsiley Lara é casada com o vice-presidente da Amade, Noraldino Brito de Miranda. Através dele, ela relata que foi inserida na cultura.
“A fé é contagiante e os coxinenses são muito festeiros, então eles abraçam. Eu sou de Corumbá e não sabia nenhum pouquinho dessa tradição e eles trazem a gente. É muito bonito estar envolvido com eles aí a gente abraça”, destaca.
O evento também foi marcado por reencontros. Natural de Coxim, Rafael Ferreira de Barros, de 52 anos, mora em Goiás e viajou especialmente para acompanhar os ritos da data. Ele conta que conseguiu encontrar antigos vizinhos e parentes.
“Tinha uma tia minha que fazia mais de 15 anos que não via, então, além de você ter todo o negócio da fé você tem a oportunidade de ver pessoas. O próprio padre João já fazia 20 anos que não via. A festa tem a direção da fez, mas ao mesmo tempo traz essa oportunidade. Hoje já vi gente que fez parte da minha infância”, diz.
Além daqueles que acompanham de perto uma das festas mais antigas do Estado, o evento atraiu novo público. Curtindo pela primeira vez a festa do Divino Espírito Santo, Ledineia Medeiros, de 36 anos, fez questão de participar ao lado da amiga Virginia Silva, de 55 anos.
“Eu nunca tinha vindo e neste ano falei que iria. Todo ano era aquele alvoroço no mercado falando dessa festa e nunca tive a oportunidade de vir e aí falei: ‘Nesse ano eu vou’”, pontua.
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