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Se deseja visitar o Chile, precisa de cuidados em Santiago

De Santiago, Paulo Nonato de Souza | 15/01/2025 09:34
Se deseja visitar o Chile, precisa de cuidados em Santiago
A cidade de Santiago, com a Cordilheira dos Andes ao fundo, vista nesta terça-feira a partir do topo do Cerro Santa Lucia (Foto: Emerson Peres)

O Chile está no topo dos países da América do Sul mais visitados pelos viajantes sul-mato-grossenses, repleto de atrações turísticas, como a Cordilheira dos Andes, belas praias, o Deserto do Atacama e a beleza selvagem da Patagônia. É o segundo na lista dos destinos sul-americanos preferidos pelos brasileiros, atrás apenas da Argentina, seguido por Colômbia e Peru. Santiago, a capital, é como qualquer grande cidade do mundo. Tem pouco mais de 6 milhões de habitantes, apenas o dobro do total de habitantes de Mato Grosso do Sul, mas embora não tenha o mesmo tamanho das cidades mais populosas do planeta, enfrenta problemas idênticos de violência urbana decorrente de desigualdades socioeconômicas.

No geral, conforme estatísticas oficiais, Santiago é uma cidade bem mais segura do que as capitais brasileiras, incluindo Campo Grande, porém, nas áreas de grande movimento o visitante precisa ter cuidado com seus pertences. No centro histórico, por exemplo, os furtos são recorrentes a luz do dia, então dê atenção maior para a sua bolsa, celular e mochila quando estiver em áreas com grande fluxo de pessoas e também em locais de pouco movimento depois das 22 horas.

Nada que o brasileiro, sobretudo das grandes cidades, já não conheça em seu dia a dia. Nesta terça-feira estive em alguns dos principais pontos turísticos de Santiago, como o Palácio de la Moneda, sede do governo chileno, a Catedral de Santiago, uma imponente obra da engenharia neoclássica, inaugurada em 1748, e o Cerro Santa Lucia, uma colina com 629 metros acima do nível do mar, todos na área central, e terminei o dia no Sky Costanera, um edifício de 300 metros de altura, todo de vidro azul, com vista panorâmica de 360 graus, localizado no bairro Providencia. O passeio começou às 10h da manhã e só terminou quando passava das 18 horas e não tive nenhum problema, nem mesmo sensação de insegurança.

Se deseja visitar o Chile, precisa de cuidados em Santiago
Região central de Santiago, onde estão localizados os pontos turísticos históricos do Chile (Foto: Emerson Peres)
Se deseja visitar o Chile, precisa de cuidados em Santiago
O bandeirão em frente ao Palácio de la Moneda, sede do Governo do Chile, localizado no centro histórico de Santiago (Foto: Paulo Nonato de Souza)

“O Chile é considerado um dos países mais seguros da América Latina, mas eu não indico você andar com o celular na mão nas ruas de Santiago, principalmente no centro, também não indico se hospedar no centro da cidade. A região central é a pior das opções de hospedagens, não apenas por questão de segurança, mas porque os atrativos que você vai querer visitar durante a tua estadia não ficam localizados no centro. O centro é onde estão os pontos históricos e tudo pode ser visitado em apenas três horas de city tour”, alerta em um de seus vídeos a gaúcha Priscila Pasquali, que há mais de 7 anos trabalha com turismo para brasileiros no Chile e comanda o @dicasdapri_chile no Instagram e no Youtube.

Ela sugere os bairros de Las Condes, Providencia e Vitacura como os melhores lugares para se hospedar em Santiago. Os três bairros são interligados, repletos de pontos turísticos, incluindo bons restaurantes, bares, supermercados, shoppings, cafés e estações de metrô, além de proporcionar uma boa condição de segurança para o turista passear a pé até durante à noite, lembrando que no verão a noite em Santiago chega só depois das 21 horas. Outras dicas importantes da Priscila para quem visita a capital chilena: “De forma alguma usar taxi em Santiago, porque de 10 turistas que usam o serviço pelo menos 8 sofrem golpes dentro de taxi, e não indico usar mochila nas costas com pertencentes de valor dentro do metrô”.

“Um dos golpes mais comuns em Santiago do Chile pode acontecer logo ao desembarcar no aeroporto. Você tem um transfer agendado e, ao sair com as malas, não localiza de imediato a pessoa que foi te buscar. De repente chega outra pessoa, se apresenta como taxista oficial do aeroporto, diz que seu transfer vai atrasar e que pode te levar ao hotel. O golpista simula uma ligação telefônica, falando em espanhol para você não entender, e confirma que seu transfer pediu para ele te deixar no hotel. Então, você confia, entra no carro e, quando chega ao hotel, ele estaciona um pouco antes ou depois da entrada e te cobra o dobro do preço combinado com o seu transfer. Por exemplo, se o combinado era 20 mil pesos, ele te cobra 40 mil”, alerta a mineira Rosi Guimarães, formada em Relações Públicas e há mais de 10 anos trabalha com turismo no Chile. Ela comanda o site Nós no Chile, especializado em dicas para brasileiros.

Se deseja visitar o Chile, precisa de cuidados em Santiago
Escadaria de acesso ao Cerro Santa Lucia, toda de pedra lisa, um ponto turístico no centro de Santiago com 629 metros de altura (Foto: Paulo Nonato de Souza)
Se deseja visitar o Chile, precisa de cuidados em Santiago
A Sky Costanera, uma torre de 300 metros de altura, são 62 andares, com vista de 360 graus da cidade de Santiago, um mirante imperdível (Foto: Paulo Nonato de Souza)

Não precisa visto nem passaporte - Vir de Campo Grande para o Chile é muito simples. A Latam tem voos diários para Santiago saindo da capital sul-mato-grossense com troca de aeronave no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. São apenas três horas e meia de viagem desde a decolagem na capital paulista. A entrada no país é supertranquila. A imigração não exige visto de brasileiros que viajam a turismo no país por até 90 dias e brasileiros que não possuem passaporte são admitidos apresentando apenas a Carteira de Identidade (RG), desde que esteja em bom estado de conservação, legível e data de emissão com menos de 10 anos.

Na imigração você vai passar por um setor identificado por PDI (Polícia de Investigação de Chile), a Polícia Federal deles. É onde irá apresentar seus documentos, se passaporte ou o RG, serão feitas algumas perguntas, como quantos dias pretende ficar e qual seu endereço no país, se vai se hospedar em hotel, hostel ou Airbnb. Esteja preparado porque pode ser que o agente peça para comprovar sua hospedagem.

Se deseja visitar o Chile, precisa de cuidados em Santiago
Casa de Cambio no bairro da Providencia, em Santiago, com as cotações desta terça-feira (Foto: Paulo Nonato de Souza)

A moeda local é o Peso chileno - O dinheiro lembra muito o período da super inflação no Brasil, com muitos zeros que podem confundir na hora de fazer contas. O nosso Real é aceito nas casas de cambio, e vale pesquisar porque os valores por real são variáveis entre 120 pesos, no aeroporto de Santiago, e 160 a 174 pesos por um real nas casas de cambio nas regiões turísticas.  No meu primeiro dia fiz a troca de R$ 200 a 160 pesos por real, totalizando 16 mil pesos. Em seguida fui a uma cafeteria e paguei 9.900 pesos por um café e um salgado, ou seja, não se impressione com a quantidade de zeros no dinheiro chileno.

Em Santiago a alimentação não está barata e até mesmo um simples sanduíche, dos mais populares, pode custar até R$ 40 na conversão. Com o dólar nas alturas, definitivamente o momento econômico não é de vida fácil para turista brasileiro em Santiago. Está tudo muito caro perante o nosso desvalorizado real. Fiz um comparativo de preços que pode ajudar sua escolha na hora do almoço ou do jantar. No restaurante La Cabrera, no bairro de Vitacura, um dos mais caros de Santiago, um bom prato de carne bovina como o Bife de Chorizo Large (600 gramas) sai por 38.900 pesos (R$ 245 na conversão), mas também há restaurantes com opções de Pratos del Dia por 8.500 pesos (R$ 54).

Chip de celular em Santiago do Chile – É importante optar por um chip em suas viagens ao exterior, seja chip físico ou virtual. Assim não dependerá de wifi quando estiver realizando seus passeios. Apenas tome cuidado na hora de fazer suas opções de planos. Por exemplo, não recomendo fazer qualquer plano internacional da @vivo porque não funciona. Pelo menos comigo nunca funcionou e ouvi outras experiencias de que é preciso ter sorte. Esta foi a minha terceira tentativa e não tive o serviço. A primeira foi em 2016 em uma viagem para os Estados Unidos.

A Vivo oferece pacote como o chip Vivo Travel nas Américas com internet, mensagens SMS e ligações todos os dias da viagem por R$ 9,99/mês. Seria perfeito se funcionasse. Na chegada ao seu país de destino entra uma mensagem SMS que diz: “Você pode usar o seu chip Vivo nas Américas com diária de R$ 39,99 cobrada automaticamente”. Melhor não correr o risco de passar raiva por não contar com nada disso durante a sua viagem e ainda ter que pagar por algo que não conseguiu usar.

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