Barcos viram ponto turístico, hotel e fazem até baile de Carnaval em Corumbá
Em dias de Carnaval e cidade cheia de turistas, a folia invade até os barcos atracados às margens do rio Paraguai, no Porto Geral de Corumbá. As embarcações luxuosas viram ponto turístico para fotografias, servem de hotel e até sediam baile de Carnaval em meio ao rio.
“Depois da folia à noite, o Carnaval continua durante a tarde com o passeio pelo Paraguai”, diz a advogada Janaina Negrão, de 28 anos, depois de fazer o passeio pelo rio.
Os visitantes embarcam às 12h e só retornam às 16h, percorrendo cerca de 60 km pelo rio Paraguai. O passeio dá direito a almoço, caipirinha, caldo de pirinha, sobremesa e pesca esportiva.
Durante o Carnaval, o passeio é embalado com samba ao vivo e o barco é todo decorado com o tema carnavalesco.
Os turistas saem do barco encantados com a beleza do Pantanal e a animação da cidade. “Aqui é o melhor Carnaval do Estado, a folia não para”, conclui.
Para um grupo de Curitiba que veio conhecer o Pantanal e fazer compras na Bolívia, a experiência agradou. “Adoramos. Viemos do frio de Curitiba para conhecer o calor daqui. Dá até pra pular com o samba dentro do barco”, diz Marlene Mayer, de 71 anos.
Cada pessoa paga R$ 60 pelo passeio, que é vendido nas agências de turismo de Corumbá. Fora do Carnaval, o passeio acontece com outros temas. O máximo de passageiros por passeio é 120 e o mínimo é 20.
Hotel?-Já para suportar os mais de R$ 15 mil turistas carnavalescos, uma das embarcações mais luxuosa que faz passeios pesqueiros vira hotel, o Calypso.
Segundo a Funda de Cultura e Turismo de Corumbá, os 4,5 mil leitos da cidade ficaram lotados durante os cinco dias de festa. O diretor-presidente, Rodolfo Assef, diz que o Carnaval é o período que a cidade recebe mais visitantes em menor espaço de tempo.
A equipe do Campo Grande News foi um dos hóspedes e provou dos privilégios e tribulações de um barco-hotel.
Não existem janelas nos quartos, mas a paisagem ao abrir a porta é o horizonte sem fim do Paraguai, com água marrom e vegetação verde. Um filhote de jacaré é vizinhança comum à noite.
Mas bonito mesmo é olhar do alto, no terraço, que tem até piscina e bar, as águas do Paraguai sem fim e o Porto Geral de Corumbá.
A sensação de chegar ao carro e lembrar que esqueceu algo no quarto é desanimadora. O caminho até o cômodo é marcado por escadas e uma “ponte” improvisada, o que durante de noite fica ainda mais “arriscado”.
A vida no barco também é desconectada da internet. O jeito para quem precisa usar é recorrer a alguma lan house ou hotel da cidade.
Turismo - Para quem fica de fora, a alegria é tirar muitas fotos dos barcos. Às margens do rio, os turistas disparam vários flashs e também fazem pose para aparecerem na foto com os barcos e o rio de fundo.
Ficar hospedado em um barco-hotel ou pesqueiro não é para qualquer um. Em geral, só os turistas atrasados ou convidados é que optam pela opção de se hospedar em barco, já que o preço é mais salgado que o dos hotéis.
Um quarto individual no Calypso custa R$ 154 e o triplo R$ 231. Os quartos não têm muito luxo, apenas televisão e ar-condicionado. O café da manhã é incluso no preço.
O barco também oferece a opção de “fechar” a embarcação para festas solenes, como aniversários de 15 anos, festas de casamento e bodas. O preço para um dia e 120 convidados é de, no mínimo, R$ 4,5 mil, considerando o buffet e serviço mais simples.
Já os passeios em temporada de pesca são feitos por várias embarcações, desde opções mais simples até luxuosas. No Calypso, o passeio dura 5 dias e custa R$ 1.800 para quarto simples. O turista percorre o Paraguai para pescar e tem direito a bote, isca e refeições.
Na embarcação mais luxuosa, Milenium, o visitante vai precisar desembolsar cerca de R$ 3,6 mil para ficar cinco dias pescando no Paraguai. O barco percorre cerca de 600 km no rio.
O limite máximo por passeio é de 30 passageiros. O serviço de embarcação é feito de forma individualizada, cada passageiro tem praticamente um funcionário a disposição durante o dia.
Os grupos para o passeio precisam ser fechados com no mínimo 20 pessoas. Os passageiros têm direito a bebidas, refeições, bote e isca.
Os passeios de pesca são realizados de fevereiro a outubro e depois param por conta da piracema.