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Diversão

Briga continua e depois de caixa de som contra bar, protesto agora é pelo lixo

Angela Kempfer e Aline Araújo | 30/06/2014 16:10
Fiscal em frente ao bar e ao fundo o latão de lixo. (Foto: Pedro Peralta)
Fiscal em frente ao bar e ao fundo o latão de lixo. (Foto: Pedro Peralta)

Depois do episódio da caixa de som voltada para espantar os clientes do Maracutaia, hoje à tarde o vizinho que resolveu expulsar o bar da rua 7 de Setembro convocou a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) e a Vigilância Sanitária em mais uma tentativa de fechar o local.

O engenheiro Marco Aurélio Rondon, 65 anos, mostra que é bom de briga. Convocou os órgãos de fiscalização da prefeitura para, desta vez, reclamar do mau cheiro, além de reforçar a chiadeira por conta do barulho.

Há 30 anos ele é dono de dois imóveis na rua 7 de Setembro. Mora com a esposa, o filho, a nora e um neto de 8 meses de vida. Como está em uma das poucas residências que sobraram na região, hoje dominada por prédios comerciais, Marco virou inimigo número 1 do bar, o único a reclamar publicamente.

“Não consigo dormir de noite por causa do som e de dia é impossível por causa do cheiro ruim”, protesta. Segundo ele, o latão que armazena os dejetos do bar ficam horas na rua. “As coisas fermentam e soltam o cheiro”, garante.

Hoje, a Semadur apenas verificou a questão ambiental no entorno, mas como o bar não abre durante o dia, não emitiu maiores considerações. Já a Vigilância Sanitária não conseguiu fazer qualquer avaliação porque teria de entrar no prédio para analisar o local.

No lugar, realmente há lixo estocado em um container. Para piorar, no momento do “protesto” do vizinho, um vazamento de esgoto na rua complicou de vez a situação. Equipe da Águas Guariroba foi acionada para solucionar o problema, mas ao chegar não soube dizer se é uma consequência de alguma ligação irregular ou problema de manejo.

Vizinho mostra lincença ambiental de fevereiro deste ano.
Vizinho mostra lincença ambiental de fevereiro deste ano.

Inimizade antiga - A briga entre Maracutaia e o vizinho começou com a abertura do comércio no ano passado. Já são 2 processos contra o bar e um contra Marco Aurélio.

No mês passado, em uma atitude inusitada, ele instalou uma enorme caixa de som na varanda de casa, voltada para o outro lado da rua, para perturbar os clientes com ruídos durante toda a noite. O caso gerou outra situação curiosa. O Maracutaia revidou e, pela primeira vez na história de Campo Grande, um bar acionou a justiça contra o barulho de um vizinho.

Segundo o engenheiro, na verdade o que existe é um sistema que grava e reproduz o burburinho dos frequentadores. “Devolve o mesmo som que vem de lá”, justifica. Ele confirma que a música não é alta, mas jura que o burburinho é suficiente para tirar o sono. “É muita conversa. Eles colocam muita gente lá dentro”, reclama.

Do outro lado da rua - Um dos sócios do bar, o chef Marcílio Galeano, diz que a capacidade é para 100 pessoas e nega qualquer barulho acima do normal. “Temos todos os alvarás para funcionar e para conseguir isso tivemos de passar por medições de ruído”, argumenta.

Sobre o lixo, ele considera o vizinho “esperto” por ter escolhido a segunda-feira para reclamar. “De domingo para segunda é o único momento que não passa a coleta. Mas todos os dias, assim que fechamos, até lavamos a calçada”.

Marcílio também reclama do mau cheiro e garante que vem de outras casas da região. “São imóveis muito antigos, que ainda têm fossa. Nós fizemos a ligação de esgoto certinha, mas em outras casas está transbordando o esgoto. O que também é muito ruim para a gente”, diz.

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