Com cara de desfile de moda, Miss MS promete espetáculo aos convidados
Se tratando de candidatas à miss, o esforço para se mostrar belas é praticamente desnecessário, mas do caminhar ao falar, dos gestos às expressões, tudo parece ensaiado. Cuidadosamente ensaiado para impressionar, provocar sensações, causar frisson e deixar quem quer que seja encantado com tanta beleza
O Lado B acompanhou, neste sábado (4), a preparação das candidatas ao Miss Mato Grosso do Sul, que acontece na próxima quinta-feira (9), a partir das 20h, no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camilo, em Campo Grande.
Este ano, o evento terá 18 participantes que vão entrar na passarela com o tradicional maiô e retornar com trajes de gala, mas o público pode esperar novidades.
“O ponto chave vai ser a maneira como vai ser feito, com cara de desfile de moda”, adiantou a coordenadora do evento, Melissa Tamaciro. “Não vai deixar de ter o glamour do desfile de miss, mas com outra roupagem”, explicou. A proposta é aproveitar a oportunidade para lançar as candidatas no mercado.
Os looks exclusivos são inspirados nas águas do Pantanal e foram criados pelo estilista Neil Brasil, de 42 anos. “Quando eu criei eu pensei em uma mulher longilínea que poderia carregar o vestido esvoaçando como as ondas do rio”, disse. Nos trajes de gala - todos do mesmo modelo - predominam as cores azul, verde, vermelho, amarelo, lilás, pink, azul céu e azul bebê.
Preparação - Na Arena Models, agência que promove o evento, as participantes, de vários municípios, já chegaram e agora estão se preparando para a competição.
Entre medições, maquiagem, cabelo e as sessões de fotos, garotas sorrindo e disfarçando a ansiedade para enfrentar o concurso que vai revelar ao Estado a representante sul-mato-grossense para a seletiva nacional, o Miss Brasil.
Beleza é o que não falta, mas por trás das de cada rosto bonito, histórias que chamam a atenção pelo esforço e dedicação ao sonho dourado de desfilar com a coroa e a faixa de miss.
“Para dar entrevista eu me atrapalho toda”, avisou Monique Lourenço, de 20 anos, que vai representar o município de Dourados. A loira de olhos claros é estudante de artes cênicas na UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) e já foi vencedora de um concurso na cidade onde morava.
Nasceu em Santa Cruz, no interior de São Paulo (SP), mas vive na segunda maior cidade do Estado há 6 meses. “Eu sonhei, acordei, liguei a televisão e estava passando o anuncio da seletiva, aí liguei para o meu pai e falei: É agora”, contou a jovem, que nunca trabalhou como modelo profissional, mas sempre sonhou com o universo da moda.
No currículo, além do concurso em que saiu vencedora, alguns desfiles em escolas, pequenos ensaios e propagandas para o comércio local da cidade paulista. A primeira experiência como modelo aconteceu quando ela ainda era criança. “Com 1 ano um fotógrafo da cidade fez um quadro meu e levou para uma lojinha. Acabou virando propaganda”, contou.
Para Monique, participar do Miss Mato Grosso do Sul é uma conquista, mas um objetivo paralelo. Se não sair vencedora, valeu pela experiência. “Já que todo mundo fala que eu tenho potencial, vou tentar”, disse. “Pelo menos a faixa de miss Dourados estou levando”, completou.
Monique vai concorrer com candidatas que já estão habituadas ao universo da moda, como a acadêmica de direito Karen Recalde, de 22 anos, que é modelo há 8 anos e já pousou para revistas como a Capricho. Agora ela é Miss Três Lagoas.
Para candidata, participar do concurso “é uma grande oportunidade de representar Mato Grosso do Sul com determinação e elegância”. O preparo, contou, começou há meses, mas se intensificou na última semana. “Estou malhando pesado”, afirmou.
A angolana Ilda Landa, vencedora do concurso “Beleza Negra de Campo Grande” em 2011, também vai concorrer ao símbolo máximo da beleza regional. É acadêmica do sétimo semestre de publicidade e propaganda e trabalha no departamento pessoal da Santa Casa.
Ilda afirma que resolveu participar do concurso para conquistar o título de miss, como as outras candidatas, mas também para lutar contra o preconceito. A inspiração é a miss universo, a angolana Leila Lopes.
“É mais uma porta aberta”, comenta, acrescentando que para a mulher negra a competição se torna mais difícil. “Infelizmente a gente ainda sofre preconceito”, finalizou.
Hipocrisia dizer que beleza não tem importância, mas o que vale mesmo é a elegância, a simpatia e a capacidade de lidar com situações que se tornarão rotina para uma miss, como dar entrevistas ou sofrer assédio do público, por exemplo.
Para a coordenadora Melissa Tamaciro, uma miss, antes de tudo, precisa ter conteúdo. Para o estilista responsável pelos looks é preciso atitude, personalidade e determinação. Um conjunto que pode fazer diferença na hora do julgamento.
Como as seletivas municipais são feitas por um júri técnico, mediante avaliação de fotos e entrevista individual, não há desfile. Neste final de semana o mesmo formato de escolha servirá para definir a representante de Campo Grande. O nome da selecionada só deve ser divulgado na segunda-feira.
Desfile – O Miss Mato Grosso do Sul será apresentando pelo jornalista Cadu Bortolot e pela atual Miss Brasil, a gaúcha Priscila Machado. Um telão instalando ao fundo da passarela vai garantir a projeção interativa das candidatas.
Quem vai animar o evento é o DJ Casagrande, que montará uma pick up no palco. O Grupo Doppler anima os convidados nas trocas de trajes e contagem dos votos.
Concurso – Criado há 58 anos, o Miss Brasil é realizado anualmente. O objetivo é eleger, entre as 27 candidatas – que representam todos os Estados da federação e o Distrito Federal - uma representante nacional da beleza da mulher brasileira.
O Miss Brasil é o único concurso de beleza reconhecido pelo Miss Universe Organization, de propriedade do empresário Donald Trump, que reúne representantes de mais de 80 países. Os direitos do concurso pertencem a Enter Entertainment Experience, de São Paulo.