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Diversão

Com naves e robô de 5 metros, garotada descobre quintal cheio de transformers

Pablo Oliveira mudou o ponto de vista do que é lixo e resolveu transformar peças descartadas em máquinas futuristas para diversão

Alana Portela | 24/10/2019 07:12
Robô de 5 metros e nave chamam atenção logo na entrada do local (Foto: Alana Portela)
Robô de 5 metros e nave chamam atenção logo na entrada do local (Foto: Alana Portela)

Com naves e robô de cinco metros, Pablo Oliveira agora tem “transformers” de sucatas. Ele já foi matéria aqui no Lado B por conta do parque que construiu em casa, mas anda aprimorando a brincadeira com o que era lixo. “Ganhei a estrutura de uma escola de samba. Era de carro alegórico, revitalizei e fui criando com coisas que tinha em casa. Aqui é onde o pessoal do pedal passa, e queria que parasse para admirar o local”, explica.

Ele mora no bairro Portal da Lagoa, onde tem um sítio de 10x25 m² e cobra a entrada de R$5 para as visitas. Ontem, o inventor recebeu os alunos da Escola Estadual Vespasiano Martins no seu "Quintal Aventura". De longe, o local desperta curiosidade, com o robô gigante, feito com para-choque de carro e que toca música. Do lado, uma nave flutuante, criada com cadeira de musculação que foi descartada.

Vários objetos considerados “lixos” viraram criações futuristas e chamam atenção pela peculiaridade. Até o guidão de bicicleta se transformou numa astronave que gira, com direito a capacete e tudo.

Uma das naves construídas com para-choque de carro (Foto: Alana Portela)
Uma das naves construídas com para-choque de carro (Foto: Alana Portela)
O estudante amassando lata com o auxílio de uma máquina (Foto: Alana Portela)
O estudante amassando lata com o auxílio de uma máquina (Foto: Alana Portela)
O aspirador de pó ganhou braços mecânicos e virou robô (Foto: Alana Portela)
O aspirador de pó ganhou braços mecânicos e virou robô (Foto: Alana Portela)

“São balanços futuristas, e tanto crianças quanto os adultos entram na brincadeira, por imaginar que estão num cenário de guerra. Todas as naves são de guerra, coloquei um bastão para dar tiros”, conta o inventor. A astronave foi feita a partir de para-choque, faróis de carros e até quadro de bicicleta foi instalado para os visitantes subirem e girar, como se estivessem flutuando.

São cerca de dez máquinas no quintal. Assim que o visitante entra no local, dá de cara com o primeiro robô, feito com pedaços de manequins. “Todos os robôs têm bluetooth, é só gravar a voz que ele fala”, diz Pablo.

Ele é formado em Filosofia, mas gosta mesmo é de inventar coisas. Assiste muitos filmes de ficção, e faz pesquisas na internet para transformar bugiganga em máquina. “As peças pego de pessoas que catam recicláveis, compro em ferro velho. Em dois dias consigo montar algo com as coisas”.

Tem até canhões futuristas para os visitantes atirarem em segurança. “Compro em casas de fogos. Tem de 10, 15 e 30 tiros e todas as naves têm o cano de encaixe desse bastão de bolinhas de fogo. É um buscapé sem pólvora, uso como motor propulsor das pequenas aeronaves presas em fio”, explica Pablo.

A aluna se divertindo na nave que está no quintal (Foto: Alana Portela)
A aluna se divertindo na nave que está no quintal (Foto: Alana Portela)
A nave gira no ar e a piloto usa até capacete (Foto: Alana Portela)
A nave gira no ar e a piloto usa até capacete (Foto: Alana Portela)

Nas suas mãos, até um aspirador de pó ganhou braços mecânicos, luzes e um motor de geladeira que faz objetos flutuarem ao ser ligado. “A forma de construção chamou minha atenção pela sustentabilidade. Tudo que pra gente é lixo, foi reutilizado de maneira criativa. Mudou meu conceito do que é lixo”, afirma Leonardo Davi Ricardi, 17 anos.

Ele está no segundo ano do ensino médio e conta que assim que concluir, pretende se graduar em Física. “Quero ter um conhecimento a mais e quem sabe criar algo”, diz.

O passeio ocorreu por conta de uma matéria voltada a sustentabilidade. “É escola de tempo integral, então em cada semestre é ofertado uma disciplina opcional que eles sugerem. Dentro da sustentabilidade a gente trabalha vários temas, resíduos, destinação dos resíduos, a importância da sustentabilidade e dar a destinação correta”, explica Mirene Oliveira.

Ela é professora de Química e relata que na escola os alunos estão realizando trabalhos a partir de materiais que costumavam ver no lixo. “Garrafa pet, caixa de pizza e paletes foram reaproveitados e viraram sofás, tampinhas de garrafas, tapetes e papel de bala se transformaram em tapetes, tem puff de garrafa pet”.

Os alunos deitaram no balanço feito com grade e sucatas(Foto: Alana Portela)
Os alunos deitaram no balanço feito com grade e sucatas(Foto: Alana Portela)

Crystian Daniel Esquivel de Farias, 17 anos, teve a ideia de levar os colegas de sala até o quintal. “Vim uma vez aqui. O robô maior me chamou atenção, parece que o que é lixo pra nós, Pablo dá outra cara. Quando era pequeno, fazia carrinhos com cartela de ovo, e depois que conheci o local, fiz uma boneca de garrafa para minha irmã. A tampa do amaciante virou chapéu, o frasco o corpo e usei uma bola de isopor para a cabeça. Ela achou legal e brinca com o presente”, conta.

Desde que conheceu o espaço, Crystian mudou a maneira de ver os materiais. “Normalmente jogava fora ou colocava pra reciclagem, hoje faço brinquedos pra minha irmã”, destaca.

(Foto: Alana Portela)
(Foto: Alana Portela)
Julia Freitas entrou na onda e foi pilotar a nave (Foto: Alana Portela)
Julia Freitas entrou na onda e foi pilotar a nave (Foto: Alana Portela)

Aos 16 anos, Julia Freitas comenta que o projeto faz perceber o quanto as pessoas fazem a diferença. “Não imaginava que o para-choque de um carro poderia ser usada para criar um robô. Achei legal é questão da sustentabilidade, não gosto de fazer porque não sei, mas me interesso”, afirma.

Outra invenção que também atraiu a gurizada foi o balanço construído através de grades, plásticos e para-choque de carro. Dá para deitar na “nave” e ficar balançando até pegar no sono.

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Nave feita com cadeira de musculação e para-choque (Foto: Alana Portela)
Nave feita com cadeira de musculação e para-choque (Foto: Alana Portela)
Os alunos finalizaram o passeio para registrar a visita (Foto: Alana Portela)
Os alunos finalizaram o passeio para registrar a visita (Foto: Alana Portela)

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