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Diversão

Drag Queens dão show a parte em sarau que reúne galera LGBT no Centro

Em Sarauzão LGBT na Praça do Rádio, moçada se encontra para celebrar a diversidade

Gustavo Maia | 15/12/2018 08:06
Drag Queens agitaram o público na concha acústica da Praça do Rádio Clube. (Foto: Gustavo Maia)
Drag Queens agitaram o público na concha acústica da Praça do Rádio Clube. (Foto: Gustavo Maia)

O Sarauzão do Orgulho LGBT chegou à Praça do Rádio Clube, no Centro de Campo Grande, para mostrar a arte da galera mais colorida da cidade. Organizado pela Casa Satine, projeto de acolhimento,  a ideia é ocupar os espaços públicos e dar visibilidade ao que é produzido por essa galera. “A gente precisa estar presente nesses espaços, que são públicos, e não só relegados nas baladas, nas boates gays”, explica o organizador, Leonardo Bastos.

A praça virou pista, com os DJ's Raphis Lima, Jeh Muniz, Pablo Pacheco, Fabio Jara, Lunna Kolt, Goiaba e Aruan Barcelos. Depois, ainda rolaram as apresentações musicais de Max Allbann, Deh Leão, Ana Cabral e do grupo Acoustic Pop Divas. Também dançaram no palco do sarau a Cia Contempurban, Updance, Blaoow e Street Bio. Para o final, ficou o carro-chefe do evento: as performances das drag queens, com as musas Helen Kadori, Panndora & Atenna, Afrodite, Brenda Black, Aurora Blac Copacabana e Crew Drag.

Performances envolvem maquiagem, figurino, dança e música, e são competição. (Foto: Gustavo Maia)
Performances envolvem maquiagem, figurino, dança e música, e são competição. (Foto: Gustavo Maia)

Espalhados pelo local, estavam as barracas com artesanato, antiguidades, brechó, e claro, muita comida. De pastel a arroz carreteiro e até bolo de pote, tinha de tudo um pouco no rolê.

Marley, de 8 anos de idade, diz que não perde um sarau. Sempre, corre pra trás do palco no fim do evento para garantir uma foto com as drag queens. O menino diz que participa do evento desde a primeira edição, em junho. Quando perguntamos o que mais gosta, responde na lata: “as drags!”. “Eu gosto de ver a transformação, o jeito como elas se produzem, se montam”.

Ele diz que, apesar da pouca idade, já sofreu preconceito de colega na escola por conta disso, mas não se cala: “Eu chamei a coordenadora e contei tudo o que tinha acontecido, aí ele teve que me pedir desculpas”, relata.

E para quem não sabe como nasce uma drag, o professor de arte Henrique Minante, que é voluntário na Casa Satine desde 2017 e interpreta a drag Aurora BC, conta que no seu caso tudo começou quando ele, que desenhava e confeccionava roupas femininas, por não ter um modelo, começou vestir suas criações.

Mas a parte da dança só chegou quando ele se graduou em Artes Cênicas.  “Foi aí que eu tive contato com a arte da performance, com a dança, essa coisa mais cênica. Aí eu juntei tudo e deu isso”, explica.

A Casa Satine é uma iniciativa do Instituto de Cidadania e Juventude de Mato Grosso do Sul que acolhe pessoas LGBT que foram expulsas de casa ou que estejam em situação de vulnerabilidade, desde que sejam maiores de 18 anos.

Por meio da arte, educação e cultura, a casa, que hoje já tem mais de 130 voluntários das mais diversas áreas, devolve a autonomia e faz cada um retomar projetos de vida, além de oferecer apoio jurídico, psicossocial e oficinas profissionalizantes. Para entrar em contato, basta procurar o perfil da Casa Satine nas redes sociais, ou ligar para o número (67) 98175-3861.

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