Em bairro silencioso, rock clássico quebra o gelo entre moradores
No Jardim Panamá, Projeto Hippie foi retomado e divertiu vizinhança com rock clássico para as famílias
Na noite de domingo (14), na Praça Antônio Papi Neto, no Bairro Jardim Panamá, era possível ouvir rock ao vivo. A banda Réu Confesso animava os moradores que em coro cantavam hits dos Titãs, AC/DC, Elvis Presley ou Engenheiros do Havaí. Eram famílias com crianças, sentadas em cadeiras cedidas pela conveniência ou até cadeiras de praia trazidas pelos próprios moradores.
O show faz parte do Projeto Hippie, que já apareceu aqui no Lado B. O organizador Heitor Antônio Rodrigues, de 50 anos, é morador do Panamá e já tocou outras vezes nessa pracinha. Afirma, inclusive, que existe até uma cobrança dos moradores que o evento aconteça ali com mais regularidade.
A animação é contraste com o convencional silêncio que rege a região durante o dia. Há quem diga que o bairro é “morto” pela falta de eventos, mas o rock ao vivo naquela noite de domingo prova o contrário. “Mas começa cedo e acaba cedo, para não incomodar ninguém”, ressalta Heitor.
A microempresária Cristiane Gusmão, de 48 anos, era uma das pessoas que cantava e dançava. Moradora do bairro há 15 anos, diz que rock é seu estilo favorito de música. “Todas as vezes que eles vêm, o Heitor avisa e vai passando de vizinho em vizinho e a gente fica sabendo. Teve vários antes da pandemia. Amo rock”, expressou.
O evento atrai até quem não é de Campo Grande. Nayara Nestor, de 34 anos, veio de Sidrolândia visitar um amigo, que é morador do Panamá e se surpreendeu positivamente com o som. “A gente viu montar e ficamos aqui para ver o que é. E o som é muito bom, o ambiente é tranquilo, foi uma surpresa boa”, comentou.
O vendedor Leonardo José Lopes Filho, de 54 anos, também reforça que, apesar do repertório de rock, as músicas não são pesadas e o ambiente é familiar. “O evento é light, é tranquilo, vem as pessoas com as crianças, com a família. Não é um rock pesado”, acrescentou.
E na praça tem de tudo um pouco: desde as caixas de som e banda tocando ao vivo, a conveniência da esquina com bebidas, e até um pequeno trailer de comida. Marcos Lopes, de 45 anos, é proprietário do Chef’s Burguer, um trailer com uma variedade de lanches artesanais, que existe há 3 anos.
Ali, na praça, ao som de rock clássico, é possível pedir desde hambúrgueres mais gourmetizados, como de bacon e geleia de pimenta, a hot dogs e lanches mais tradicionais. “O evento já acontecia desde antes, mas com a pandemia ficou parado. Mas é bom, é muito legal e diferente”, disse.
Os donos da conveniência, Gabriel e Rafael William, de 28 anos ambos, assumiram o estabelecimento há pouco tempo, mas também abraçaram o evento. “O antigo dono nos falou sobre o evento e nós demos continuidade, sem problemas. A gente fornece a energia, as cadeiras e mesas e as pessoas compram bebida na conveniência. É muito tranquilo”, detalhou Rafael.
“O objetivo é trazer música que, do meu ponto de vista, é boa e agradável, no caso, o rock clássico. O nome Hippie é justamente o conceito de que a gente está em lugares diferentes e quando a gente quiser. Mas o pessoal até pede que aconteça com mais frequência”, se divertiu Heitor.
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