Em festa no quintal, convidados sentam ao ar livre para curtir som autoral
Foi a terceira edição do "Bad In House", evento com cinco artistas que apresentam show acústico para os convidados
Basta uma toalhinha no chão, uma taça de vinho e o programa fica completo na noite de música autoral ao ar livre. No fim de semana, o som foi dos músicos, Ton Alves, Chicão Castro, Begèt de Lucena, Marcelo Brinholi e Llez, durante a 3º edição do “Bad In House”. “Estamos promovendo nossos próprios eventos. Convido amigos e a galera nova do MPB [Música Popular Brasileira], pop”, explixa Ton, que abriu as apresentações.
A festinha começou às 20h de sábado (28), em casa do Carandá Bosque. O projeto ocorre a cada 45 dias e o valor da entrada é R$ 20,00. Criado por Ton em parceria com as produtoras Lorrayne Rosa e Raquel Careli, o evento começou com amigos, mas está crescendo. “Começamos com 35 pessoas, depois aumentou para 65 e agora foi para 80 a 100. Queremos fazer com que os artistas do Estado fiquem conhecidos por seu trabalho”, afirma Raquel.
No quintal da produtora “3 Sons”, de cara, a sensação é de aconchego. No tapete sobre a grama o público senta e curte as apresentações de perto, sem cerimônia. Um árvore decorada com luzes ajuda a dar aquele charme alternativo ao evento.
Além da música, há um varal de poesia e exposições de fotos e desenhos. Na parede de frente para o palco foram coladas folhas com frases que expressam sentimentos, como “Dói tanto não ser aquilo que você sonhou”.
A estudante Letícia Costa Vaz, 26 anos, ficou sabendo do evento e foi conferir a proposta. “Sou amiga do Ton, e o evento valoriza mais a carreira do artista. Percebo que ele toca com sentimento, achei bonita as letras e curto muito o som”.
O irmão dela, Leandro Vaz, é advogado e poeta nas horas vagas. “Não é a primeira vez que venho. Trouxe minhas poesias, que falam sobre amor, solidão. Esse é o único evento intimista. Campo Grande é divida entre sertanejo e festa alternativa”, disse ele.
A desenhista Áurea Cristina aproveitou o espaço para mostrar trabalho com personagens feministas e imagens da natureza. “Gosto da ideia de incentivar os artistas independentes. Sou de São Paulo, estou aqui há um ano. Percebo que não tem muito esse incentivo. É a minha primeira exposição”, contou.
O casal Marcos Ventura e Andressa Micheloni fazem festas em casa, mas foi a primeira vez que participaram de um evento em outra quintal. "Parece que não estamos em uma festa, mas sim em uma avaliação musical. Vamos aproveitar a música de uma forma diferente, fazer amizades, conhecer gente. É um clima muito gostoso pela experiência. É como se estivéssemos vendo um DVD ao vivo”, diz Marcos.
Luya Yule sente falta de eventos mais calmos na Capital, então adora a oportunidade. “É diferente, tranquilo. É difícil estar em um lugar onde dê para prestigiar à música e estar em contato com o músico. A festa traz visibilidade e permite conhecer o trabalho autoral”.