Em tarde geek, quadrinhos ganham vida no meio de cosplay e dança
Programação transformou a Biblioteca Isaías Paim em cenário da cultura nerd com a família toda
No lugar do tradicional silêncio que acompanha ambientes de leitura, o Campão Geek transformou a Biblioteca Isaias Paim em cenário com quadrinhos ganhando vida sob os olhares do público, jovens fazendo cosplay e muita dança. Seja para os adultos ou crianças, a união da cultura nerd em um só lugar deu vontade de ver ainda mais.
Às 14h, a pista de dança já estava montada nesta terça-feira, os figurinos variados começavam a se espalhar entre os livros e os três artistas visuais organizavam seus lápis e as telas em branco. Integrando o cronograma do Festival Campão Cultural, o evento geek reuniu até campeonato de games.
Com o espaço cheio, a biblioteca foi um prato cheio tanto para o público que já é fiel quanto para quem tinha alguma curiosidade. E, acostumados a fazerem suas produções em casa, os artistas Anderson Barboza, Fabio Quill e Wanick Correa foram responsáveis pela parte mais experimental do dia.
Na área dos quadrinhos desde 2011, Fabio Quill conta que abrir o processo criativo dos desenhos ao público é empolgante tanto para os artistas quanto para o público. Isso porque assim como em outras produções, geralmente apenas o resultado é disponibilizado.
“A gente resolveu criar uma página de história em quadrinhos para o público ver como funciona. É uma experimentação legal criar porque isso acontece nos estúdios, dentro de casa, no escritório e não no meio das pessoas”, conta Fabio.
Além de compartilhar a produção, aproximar a criação de públicos em idades variadas também é um modo de mostrar que a arte é possível em formas diferentes. Paulistano, Fabio conta que ele mesmo percebeu que queria trabalhar como ilustrador após ter contato com grafite na área central de São Paulo.
Na época, ele morava na periferia e precisava trabalhar como office boy e, aos poucos, os olhos começaram a brilhar cada vez mais com os desenhos.
Primeira vez de sucesso
Animada com cada detalhe, Marcelia Aparecida Vieira de Sena, de 45 anos, nunca tinha ido a um evento geek e, dessa vez, resolveu acompanhar o filho com o marido.
“Depois dessa pandemia tá sendo um ânimo recomeçar, tô achando tudo maravilhoso. Meu filho já tinha ido em outros eventos do Campão, mas esse foi meu primeiro”, conta a dona de casa. Ao lado dos artistas visuais, Marcelia acompanhou a produção de desenhos e até arriscou alguns passos vendo os competidores do Just Dance.
Explicando que não imaginava tanta variedade, ela completou que no ano passado não participou do festival, mas que em 2023 já espera a nova edição. Motivo da mãe ter ido ao evento, Victor Hugo Sena de Oliveira, de 22 anos, explica que também não havia ido ao Campão em sua primeira edição, até por isso se surpreendeu.
Acostumado a participar de eventos envolvendo cosplay, o jovem aprendiz se inscreveu no Campão Geek para competir com jogos de videogame e ainda garantir mais uma apresentação como Harry Potter. “Acho que o festival tem muita coisa, é até difícil aproveitar tudo”.
Também em seu primeiro festival, Rubem Gabriel Carneiro Santos, de 17 anos, saiu de São Gabriel do Oeste para participar da edição nerd e já se animou para o próximo ano. Apaixonado por desenhos, ele conta fez questão de ver os quadrinhos sendo produzidos em tempo real e se inspirar para 2023.
“Espero que tenha ano que vem de novo, vou querer desenhar também. Eu gosto de fazer um pouco de tudo, então já quero começar a fazer cosplay também”, diz Rubem.
Mas, antes da próxima edição chegar, ainda tem muita programação disponível nesta semana. Para acompanhar é só clicar aqui.
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