Enquanto viaja, grupo faz churrasco com carne no escapamento da moto
Ideia surgiu durante brincadeiras e se tornou um evento tradicional do grupo de motociclistas
Há 6 anos, um grupo de motociclistas se reúne anualmente para dar início ao calendário de eventos fazendo “carne de escapamento” durante uma pequena viagem. Neste domingo (12), eles reuniram cerca de 70 participantes e conseguiram comer o churrasco diferenciado ao fim do passeio.
Sem muitas complicações, a carne é preparada pelo grupo e embrulhada em papel alumínio. Com o escapamento esquentando bastante, o trajeto de ida e volta até Corguinho, cerca de 200 km, é o suficiente para deixar a carne no ponto.
Diretora do Grupo Hog (Harley Owners Group), Graziela Bernardes explica sobre como surgiu a ideia de assar a carne no escapamento. “Tudo surgiu como uma brincadeira e já estamos na 6ª edição. Quem teve essa ideia foi Gustavo Pivetta, que infelizmente não está mais entre nós, e o Cléber Cowboy. No fim, os dois pensaram que poderíamos fazer disso um evento”.
Desde então, todo início de ano é marcado pelo passeio que termina com o “churrasco” feito pelas motos. “É o evento que reúne mais motociclistas do nosso grupo e todo muito curte essa vibe, a carne fica assadinha”, narra.
Já sobre a dinâmica, Grazi explica que os donos de Harley Davidson transformaram uma característica em algo maior. “Todo mundo fala que a Harley é uma moto que esquenta muito, já temos a fama de ser uma moto que esquenta muito. Então a gente resolveu pegar essa fama de “ó, esquenta bastante” e fazer algo produtivo disso”.
Um dia antes do evento, o grupo se reúne para fazer o preparo da carne e tudo já fica pronto para a viagem. Na manhã deste domingo, os 10 quilos de carne já estavam embalados e foram alocados nos escapamentos das motos.
Mesmo sendo uma improvisação, a diretora comenta que não há perigo nenhum e que nunca ocorreu imprevistos. “Nunca deu nenhum tipo de problema, o perigo é a fome mesmo porque no retorno ela continua cozinhando e começa a sair aquele cheiro”, brinca.
Se lembrando de um episódio engraçado, ela conta que estava a caminho de Cuiabá com o marido e parou em um restaurante. “Nós pedimos um prato e um pão, aí o atendente perguntou o que a gente estava fazendo, se o escapamento tinha dado algum problema. Foi engraçado porque contamos que não era problema, era a carne do nosso almoço e o pessoal ficou encantado”.
Integrando o HOG desde 2018, José Pivetta explica que chegou ao grupo graças ao irmão, Gustavo. “Ele estava no grupo desde 2014 e era o maior entusiasta de motociclismo, defendia as causas e queremos manter viva essa chama que ele colocou em mim e em muita gente”.
Sobre o grupo, ele detalha que além dos proprietários de Harley Davidson, há outros modelos participantes. “Nós temos esse passeio aberto e contamos com marcas como a Triumph, motos Speed, Big Trail, então são vários tipos de motos”.
Por gerar curiosidade, Pivetta explica que a ideia da carne já foi parar até em outros estados. E, nesta edição, o passeio significa ainda mais tanto para o grupo quanto para José.
“É o primeiro ano que o Gustavo, um dos idealizadores, não está, ele faleceu dia 2 de outubro. Então até em homenagem a ele, a gente tá fazendo isso pra relembrar de todas as coisas que foram criadas. E esse ano vamos inovar um pouco, a gente não vai assar carne somente no escapamento, mas nós vamos assar no espaço do motor que as motos têm”, comenta José.
E, além de quem já estava acostumado com a ideia da carne, o evento também foi para inaugurar a participação de novos integrantes. Policial militar, Edilaine Mansueto estava ansiosa para confirmar se o churrasco daria certo.
“Foi uma surpresa, mas adorei a ideia principalmente porque os Harleyros gostam de fazer viagens com percursos longos. Achei legal porque a comida é sempre bem-vinda”, explica Edilaine.
No fim do ano passado, a policial comprou sua primeira Harley e comenta que todo o universo do grupo é interessante. “Não se trata apenas de comprar uma moto, mas sim de um conceito de vida, de ideais, de realmente sentir a vibe que é o vento no rosto, mas também com muita responsabilidade. Eu sou policial militar, então já pilotava há algum tempo, mas ainda não tinha essa experiência do que que era viver dentro de uma família com o conceito Harley Davidson”.
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