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Diversão

Fanático, torcedor transforma bar da esposa palmeirense em reduto flamenguista

Thailla Torres | 16/12/2016 06:05
Bar é reduto de torcedo rubro-negro em dia de jogo, na Vila Margarida.(Foto: Fernando Antunes)
Bar é reduto de torcedo rubro-negro em dia de jogo, na Vila Margarida.(Foto: Fernando Antunes)

Torcedor rubro-negro, Domingos  Ferreira Coeno, de 40 anos, sempre sonhou em ter um bar temático do Flamengo. O sonho se concretizou graças à esposa Mariley, dona de comércio na Vila Margarida há 20 anos. A mulher dele é palmeirense e viu o "Bibi Bar e Conveniência" ganhar as cores do time do marido, que nem sequer deixa o jogo do Verdão ser exibido no local.

Apesar da torcida diferente do casal, Mariley Alexandre, de 41 anos, diz que isso nunca foi motivo para desavença e sim orgulho, pelo bar ter se tornado um lugar tradicional no bairro.

"Já sabia que ele era apaixonado pelo Flamengo e nunca me importei. Na verdade, ele fez uma benfeitoria na conveniência, cuida da decoração e dos jogos. É uma paixão dele que fez do lugar um atrativo", reconhece.

Fanático, só jogo do Flamengo passa no bar de Domingos. (Foto: Fernando Antunes)
Fanático, só jogo do Flamengo passa no bar de Domingos. (Foto: Fernando Antunes)

Hoje, o bar de Domingos e Mariley é reduto de flamenguistas em dia de jogo. Símbolos e as cores vermelho e preto decoram o ambiente na parte externa. A sombra fica por conta dos toldos e do pé de tamarindo que está ali, por décadas.

Orgulhoso, Domingos fala dos artigos que colecionou em homenagem ao time. "Tenho de tudo, bandeira, camiseta, copo e chaveiro. Sou torcedor fanático mesmo", assume.

O local é simples, mas fica cheio no fim de semana, mesmo sem qualquer jogo que não seja do Flamengo. "Não adianta, aqui não passa outro jogo. O dia que não tem Flamengo, ninguém assiste nada", diz. 

Com jeito sossegado, ele não faz questão de justificar, só diz que fica enlouquecido em dia de torcida. "Eu fico doido. Eu grito, eu xingo, falo com a televisão e por isso assisto dentro do bar em um canto só meu", explica.

Família Flamenguista já ficou conhecida na Vila Margarida. (Foto: Fernando Antunes)
Família Flamenguista já ficou conhecida na Vila Margarida. (Foto: Fernando Antunes)

A esposa, apesar de torcer pelo Palmeiras, não tem nem camiseta do time e até veste o vermelho e preto, para agradar o marido. "Eu sou torcedora desde quando achei um boné do Palmeiras na casa da minha avó. Ela disse que pertencia ao meu tio que faleceu. Desde então, eu virei torcedora, mas não sou de levar nada pro lado pessoal e até visto a camisa dele. Tanto que nem tenho a camiseta verde", ri.

Os dois já comemoram 17 anos de união, de um amor que, segundo Domingos, foi à primeira vista. "Eu vi ela uma vez passando na rua, achei linda".

Mariley recorda de quando o pretendente ainda era cliente. "Um dia, ele chegou aqui com um óculos daqueles que parecia uma abelha enorme, me disse que eu era bonita e perguntou se eu queria namorar. Fiquei enrolando, até ele que me deu um último aviso", lembra. 

Do namoro em tempo recorde, surgiu o casamento. "Depois de três dias de namoro, decidimos casar e estamos juntos até hoje. Para quem pensa que não pode dar certo, nós nunca separamos e nem brigamos. Isso tudo aqui é fruto da nossa batalha. Enquanto muita gente está dormindo a gente está aqui vendendo as bebidas e espetinhos", afirma.

O Bibi Bar e Conveniência, fica no rua Naviraí, na Vila Margarida. Abre todos os dias, a partir das 11h30.

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