Festa com mais de 300 terreiros é opção para ‘mergulhar’ em Corumbá
Tradicional, Louvação à Iemanjá começa às 18h do dia 30 e se repete no dia 31
Para pedir bênçãos e agradecer pelo ano, mais de 300 terreiros de religiões de matriz africana se reúnem na prainha do Porto Geral, em Corumbá, para louvar Iemanjá. A 428 km de Campo Grande, a festa na cidade pantaneira é uma chance de mergulhar na cultura durante o último fim de semana do ano como opção de bate e volta estendido.
Tradicional, o evento é realizado durante a noite dos dias 30 e 31, ambos na prainha, a partir das 18h. Sobre a importância do evento, o diretor-presidente da Fundação de Cultura e do Patrimônio Histórico de Corumbá, Joilson Cruz, detalha que a festa integra o calendário de ações tradicionais.
“É o momento em que os terreiros e nossos irmãos de matriz africana vão até lá cumprir suas obrigações e fazer seus agradecimentos. É uma manifestação religiosa e cultural com os mais de 300 terreiros que descem para fazer o culto e louvar Iemanjá”, diz Cruz.
A descrição do evento, para quem não conhece, indica que os rituais são entoados por som dos atabaques. Nesse cenário, os pretos velhos, caboclos e orixás se envolvem para homenagear Iemanjá.
Em geral, além de acompanhar a profissão de fé, filas são formadas para “tomar passe”. A noite ainda é tomada por barquinhos feitos em isopor carregando oferendas como batons e itens que se encaixem com Iemanjá.
De acordo com Joilson, outro detalhe característico da festividade é a imagem de Iemanjá que chega aos 7 metros com o andor. Feita pela artista Deniart, ela foi produzida com isopor e, sem o andor, chega aos 5 metros de altura.
Diretora da Agência Bela Oyá Pantanal, Thayná Cambará está envolvida na produção de uma websérie sobre as festividades religiosas de matrizes afro-brasileiras em Corumbá. E, especificamente sobre a Louvação à Iemanjá, ela detalha sobre como esse ritual mantém e preserva a cultura afro-brasileira presente no território.
“A gente pode pensar sobre como o Porto Geral foi palco da chegada dos navios negreiros de quando chegaram esses braços cativos, força motriz de desenvolvimento do território. Na perspectiva de toda essa questão complicada da diáspora e da escravatura, é possível olhar para o porto hoje com um novo significado”, diz Thayná.
Ainda nesse âmbito, ela comenta que o mesmo espaço usado como marca da escravatura, hoje é preservado justamente pela cultura afro-brasileira. “Preservamos através da Louvação, do Banho de São João e também de outras festividades. A comunidade negra e a sociedade como um todo fazem uso da cultura afro-brasileira nesse território”.
Para ir até Corumbá, são cerca de 5h40min de viagem feita com carro, mas também é possível viajar de ônibus. Pela Andorinha, há saídas às 10h, 10h30min, 12h e 23h59min por R$ 179,79.
Devido à alta procura durante o fim de ano, é importante consultar diretamente com a viação sobre a disponibilidade de passagens.
Confira abaixo o curta-metragem produzido pela Bela Oyá sobre a Louvação à Iemanjá:
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