Há 20 anos, Mario economiza e vende até latinha para desfilar no RJ
Em 2024, porteiro decidiu vender latinhas para não abandonar os desfiles cariocas
Há 20 anos, Mario Marcio Alexandre Ribeiro se apaixonou pela Marquês de Sapucaí e, desde então, participar dos desfiles nas escolas de samba se tornou um compromisso, um sonho que vira realidade repetidas vezes. Mas, para garantir desde a fantasia até a acomodação no Rio de Janeiro, o porteiro sul-mato-grossense economiza o ano inteiro e começou a vender até latinhas.
“No Rio tem um empenho muito grande de colocar as escolas na avenida, e é uma competição fabulosa. A cultura carioca é magnífica, além de que as histórias contadas na avenida são sensacionais, então o esforço vale muito a pena”, resume Mario.
Voltando para o passado, todo o esforço começou com o encantamento na infância, quando Mario assistia aos desfiles na televisão e, tempos depois, colocou na cabeça que ainda estaria lá. E a primeira participação veio de um jeito peculiar, com um convite para desfilar na Salgueiro, representando Mato Grosso do Sul.
Ele conta que, na época, várias pessoas foram convidadas para o Carnaval e a viagem contemplou apenas o desfile. Com o cronograma apressado, os participantes apenas lancharam e foram para a concentração.
Apesar de ter sido uma experiência e tanto, o porteiro não se esquece de como o enredo deveria homenagear também o Mato Grosso do Sul, mas só se falava em “Mato Grosso” na letra. “O Mato Grosso do Sul nem aparecia, nós é que gritamos ‘do Sul’, mas valeu a pena, foi muito bom.”
Anos após ter entrado na avenida pela primeira vez, a vontade ainda continuava viva e Mario decidiu ir atrás dos meios. Contatou uma agência de viagem e, sem conhecer nada, fez algumas pesquisas na internet e mergulhou na aventura.
Desta vez, comprou a fantasia pela Beija-Flor de Nilópolis e viajou. Chegando lá, se hospedou no hotel reservado pela agência, aguardou pela concentração e não parou mais.
Mas, como já adiantado por Mario, a viagem não é barata e logo após o Carnaval acabar, as economias já estão ativas novamente. “Eu me privo de muitas coisas para estar no maior e melhor espetáculo da Terra. Ao todo, não sei quanto gasto exatamente porque vou pagando o ano inteiro”, explica para quem tem interesse.
Nas dicas de Mario estão verificar as datas do Carnaval e já comprar as passagens de forma independente. Com o passar do tempo, ele mesmo começou a criar seu pacote graças às dicas e experiências acumuladas.
“Depois das passagens, vou em busca da estadia porque alugo um apartamento próximo ao sambódromo. Assim, eu evito pegar táxi ou Uber, então vou a pé mesmo para a concentração e volto para o apartamento”.
Além de desfilar pela Beija-Flor, Mario também tem sido convidado por outras escolas graças às amizades que fez no caminho. Ele cita que, em alguns anos, integra as equipes da Tijuca, Vila Isabel, Tuiuti e União da Ilha do Governador.
Nos casos em que é convidado, ele devolve as fantasias, enquanto a da Beija-Flor é trazida para Campo Grande, vendida ou doada.
E, como tudo, os preços vêm aumentando. Por isso, novas estratégias precisaram ser traçadas pelo porteiro. Foi assim que, em 2024, decidiu reunir e vender latinhas. Com o valor arrecadado, ele pagou mais da metade do valor de sua fantasia.
Olha, para quem gosta do Carnaval, principalmente do Rio de Janeiro, vale muito a pena. A Marquês de Sapucaí tem uma energia que até hoje não consegui entender. Sempre digo que quem não teve a experiência de brincar o Carnaval no Rio, na Marquês, faça um esforço de conhecer esse espetáculo da Terra que é uma experiência única”.
Além de poder participar nos desfiles, Mario indica também que apenas assistir aos desfiles presencialmente já é algo surpreendente.
Ainda sobre as dicas, ele destaca que ir em grupo facilita muito, já que a hospedagem pode ser dividida. E, além dos desfiles, ainda há a possibilidade de conhecer o Rio de Janeiro e suas belezas.
“A Cidade Maravilhosa tem seus pontos turísticos deslumbrantes, suas praias lindíssimas, então vale muito a pena conhecer a cultura dos cariocas”, completa.
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