Inspirado na boemia, Bar Genuíno abre com sanduíche Mercadão e nada de frescura
Numa casinha simples, no cruzamento das ruas Aporé com Paisandú, desde sábado passado funciona bar que até no nome quer propor uma pegada originalmente brasileira. No Genuíno, o conceito remete aos bons e velhos botecos. Dá fachada restaurada, até os azulejos, a boemia é sem duvida a maior inspiração.
A ideia do bar é das amigas Natalie Budib e Aline Dias e virou desafio há pouco mais de um mês. Aline já tinha experiência como barwoman em festas, o que já rendeu até matéria aqui no Lado B com sua antiga empreitada, o “Drinks Zica”.
Já Natalie é design de interiores e em bares só tinha experiência como cliente, ao lado do esposo Edinho, que é baixista da banda Muchileiros, grupo convidado para tocar na noite de inauguração do Genuíno.
De acordo com as meninas, a proposta no bar vai ser reviver as marcas registradas da cultura brasileira, sem deixar de lado o cenário musical alternativo da cidade. “Nós queremos oferecer todos os estilos de músicas nacionais. O samba, forró, o som de algumas bandas da cidade, mas sempre com um levada mais intimista”, explica Aline.
Para Natalie, a inspiração veio dos lugares que frequentou fora da cidade. “Quero trazer para o Genuíno, o bom atendimento e a variedades de sons, que vi lá fora e que me agradou”, completa.
E a valorização pela simplicidade dos bares tradicionais, sem nada de ostentação, elas querem manter desde o cardápio até o atendimento. Para quem chega, basta pedir uma bebida e sentar por ali mesmo, em alguns dos banquinhos do balcão, ou ficar do lado de fora da casa. O bar vende cervejas, mas elas querem fazer dos destilados e drinques, o carro-chefe do lugar.
Cardápio - Entre as opções de bebidas, tem do rum até a cachaça. O cardápio ainda está em fase de elaboração, mas além das tradicionais porções de pasteizinhos e frios, elas já implantaram o bolinho de aipim e tem dois lanches principais. O “Mercadão” é inspirado no exagerado lanche de pão com mortadela, do Mercado Municipal de São Paulo.
O “Genuíno”, tem uma pegada mais regional e dá água na boca só de imaginar. É feito de pão francês recheado com linguiça, vinagrete e molho de alho. Os dois lanches são vendidos por R$ 10,00.
Para o professor Radir Mateus, a variedade de sons e lugares só fortalece a produção cultural da cidade. “Campo Grande teve um período onde as únicas opções eram espaços de música sertaneja, em seguida o rock foi se popularizando. Hoje em dia, as duas vertentes têm público, mas ainda faltam opções que vão além disso”, defende.
As amigas Mariana Recalde e a jornalista Marinete Pinheiro descobriram por acaso o bar, mas super aprovaram. “Eu estou de passagem por Campo Grande, mas nasci aqui e é isso que sempre faltou na cidade. Lugares democráticos como este, aonde você chega, pede uma cerveja, fica a vontade pra bater um papo e ouvir boa música”, avalia.
Marinete também garantiu que vai virar cliente. “Confesso que vim atrás de ouvir os Muchileiros, mas já conheço a região. Na próxima vez, ao invés de ir no barzinho ali de baixo, vou subir uma quadra e vir aqui”, brinca.
De ambições para o futuro, Natalie e Aline querem ousar e fazer do bar também uma destilaria.
O bar Genuíno vai funcionar de terça a sábado, das 16h até 00h, com ao menos uma atração musical por semana.
O local ainda não aceita pagamentos com cartões.