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Diversão

Mesmo cinquentona, Mônica continua a mesma no teatro, porém, mais profissional

Elverson Cardozo | 17/03/2013 09:36
Turma da Mônica encantou crianças e adultos ontem à noite, no Glauce Rocha. (Foto: Marcos Ermínio)
Turma da Mônica encantou crianças e adultos ontem à noite, no Glauce Rocha. (Foto: Marcos Ermínio)

A menina dentuça, que não larga de Sansão, o coelhinho azul, por nada, completou 50 anos. Desenhada por Maurício de Souza, ela ganhou vida nos gibis, se tornou ícone do universo infantil e conquistou gerações. Que a garotinha pavio curto, temida por Cascão e Cebolinha, agradou todas as idades, disso ninguém duvida, mas, e a platéia? Ainda aprova essa “fórmula”?

Na noite deste sábado (16), o Lado B foi ao teatro Glauce Rocha, em Campo Grande, para abrir uma discussão sobre as transformações que ocorreram em cinco décadas de Turma da Mônica. O público mudou? As produções infantis desse gênero são feitas da mesma forma que há meio século? Houve, de fato, alguma alteração?

A intenção era conversar com os próprios atores que encararam os personagens no palco, em mais uma apresentação na Capital, mas nenhum deles é autorizado a dar entrevistas. O mistério sobre quem “faz” a turminha que conquistou os brasileiros precisa ser mantido.

Em nome da equipe quem fala é o produtor do evento, Reginaldo Oliveira, de 47 anos, que está no grupo desde 2011. Com a resposta na ponta da língua, ele diz, sem medo de errar, que as crianças que assistiam às apresentações ou liam os Gibis com as histórias de Maurício de Souza, há 5 décadas, não são as mesmas porque o mundo evoluiu e surgiram novas atrações. É mais que óbvio.

Para o produtor do evento, Reginaldo Oliveira, teatro se profissionalizou. (Foto: Marcos Ermínio)
Para o produtor do evento, Reginaldo Oliveira, teatro se profissionalizou. (Foto: Marcos Ermínio)

Os personagens, afirmou, continuam atuais porque reúnem gerações: pais filhos e avós. O teatro não está em sua época de ouro, é verdade, mas ainda mantém o glamour e não perdeu sua característica principal: a magia.

A única mudança, pontuou, está relacionada à qualidade. “O teatro se profissionalizou”, explicou. Na avaliação do produtor, não há concorrência com outras formas de arte “porque são mídias diferentes, que tem públicos diferentes”.

“Um livro pode virar um espetáculo ou um filme, mas o livro sempre será um livro, o espetáculo um espetáculo e o filme um filme”, exemplificou, enfatizando.

Reginaldo afirma, ainda, que a produção de espetáculos infantis manteve sua essência. Além de entreter, promove a reflexão e não se distancia dos aspectos sociais.

A dentunça mais querida do gibi completa 50 anos de criação. (Foto: Marcos Ermínio)
A dentunça mais querida do gibi completa 50 anos de criação. (Foto: Marcos Ermínio)

A inovação tecnologia figura entre as mudanças que foram necessárias. O que era luxo virou necessidade. O mapa de luz (esquema que determina toda iluminação da peça), por exemplo, hoje é mais desenhado.

Os cenários e figurinos também receberam mais atenção. A interatividade virou praticamente uma regra. Nada disso, no entanto, tirou a simplicidade de um ambiente que diverte, mas, acima de tudo, educa.

De mãe para filha - Fã da Turma da Mônica desde a infância, Érica Soler, de 32 anos, fez questão de levar a filha ao espetáculo de ontem à noite. A escriturária compartilha da mesma opinião do produtor.

Karina Nascimento acredita que a mudança no teatro foi para acompanhar as "exigências" dos pequenos. (Foto: Marcos Ermínio)
Karina Nascimento acredita que a mudança no teatro foi para acompanhar as "exigências" dos pequenos. (Foto: Marcos Ermínio)

Diz que a magia continua a mesma e ainda brilha aos olhos de quem já passou da infância. “O teatro consegue prender eu, de 32 anos, e minha filha, de 4 anos. Me sinto igual uma criança”, contou.

A exemplo de Reginaldo, Karina Nascimento Diogo, de 33 anos, também pensa que houve uma profissionalização do segmento.

Mas para a fisioterapeuta, que foi se divertir com Carolina, a filha de 2 anos, a mudança passa longe de ser mais um atrativo. “Tiveram que acompanhar. As crianças estão mais exigentes”, justifica.

Espetáculo – O Teatro Glauce Rocha, em Campo Grande, ficou lotado na noite deste sábado para apresentação da primeira sessão do espetáculo da Turma da Mônica.

A platéia, repleta de crianças e adultos, era puro entusiasmo. Chico Bento, Magali, Mônica e Cebolinha arrancaram boas gargalhadas da criançada e, claro, dos adultos que aproveitaram para matar a saudade.

A peça, que abordou o meio ambiente, já foi apresentada a cerca de 70 mil pessoas, em várias cidades brasileiras. A segunda sessão será encenada hoje (17), às 19h, no mesmo local.

Ingressos estão à venda no stand do Shopping Campo Grande – 1º piso (em frente à Riachuelo). Setor A custa R$ 100,00, o B R$ 80,00 e o C R$ 60,00. Mais informações pelo telefone (67) 3326-0105.

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