Organizadores de matinê culpam boate por constrangimento de adolescentes
A revista aos adolescentes na matinê realizada neste sábado, no “Cabaret”, em Campo Grande, ocorreu por decisão da direção da casa e acompanhada pela Polícia Militar, garantem os organizadores, depois do pedido de pais que tiveram os celulares dos filhos roubados. O episódio revoltou quem viu is filhos tendo bolsas revistadas por seguranças.
Segundo nota divulgada no Facebook pela empresa que locou a boate e organizou a festa, “TheChoice”, dois pais e duas mães pediram à direção da casa que revistassem todos convidados. A empresa alega que foi totalmente contra essa decisão “pois todos os convidados passaram por um constrangimento desnecessário”.
Por meio da assessoria de imprensa, o “Cabaret” confirmou que a revista foi feita mediante solicitação dos pais e que não havia outra saída a não ser acatar o pedido. Em nota, eles também disseram que o procedimento foi realizado por dois homens e duas mulheres, na companhia de policiais militares que foram acionados desde o início do episódio.
“Enquanto a revista era feita, em momento nenhum os adolescentes ficaram retidos dentro da casa. Pelo contrário, a diversão para os adolescentes continuava, como demonstram os vídeos de segurança da Casa”, sustenta a direção em nota.
Quanto à demora na entrada e saída, motivo de reclamação dos pais, tanto a casa noturna quanto a empresa justificaram que foi pelo tempo que se levou para fazer o cadastro das comandas. O bar pontuou que é de praxe fazer os registros de nome e contatos, principalmente quando a festa é voltada para adolescentes, pela facilidade de localização de parentes caso algum problema ocorra. Eles completam dizendo que foram colocados quatro funcionários para esta função, com o objetivo de agilizar a entrada.
Em relação à superlotação denunciada por pais, tanto empresa quanto a direção da casa alega que a casa não ultrapassou o limite e que a demora na realização das comandas gerou filas, o que deu a impressão de que a casa estava lotada. “A casa não ultrapassou a quantidade de público previsto no alvará do Corpo de Bombeiros, que é de 800 pessoas. O sistema do Cabaret marcou 741 pessoas, comprovadamente”, argumenta o “Cabaret”.
O clube confirma estar em dia com todos os alvarás de funcionamento e que em quatro anos de portas abertas nunca teve problema desta ordem.
Na festa não era permitida a entrada de maiores de idade, somente adolescentes de 12 a 17 anos. A matinê já foi realizada em outras cidades do País.
Segundo relatos de pais ao Lado B, a situação fez com que os adolescentes fossem impedidos de sair do local. A segurança ia liberando de três em três em um corredor apertado e com degraus, mas todos tinham que passar pela revista.
O delegado plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do bairro Piratininga, Camila Kettenhuber, explicou ao Lado B que nesses casos o melhor a fazer é chamar a Polícia Militar para conduzir a ocorrência. “O direito penal só vai se preocupar se a pessoa não autorizar e for forçada a passar pela revista”, disse.
Tanto a casa quanto a empresa organizadora afirmaram que estes foram fatos pontuais e que estão preparados para que isso não volte a se repetir.