Para acompanhar a sinuca e o futebol, bar serve bom e velho carreteiro
Quarta-feira, intervalo de jogo na TV e uma fila gigante. O motivo é simplesmente um carreteiro, que ganhou fama e formou clientes em um bar com bilhar de Campo Grande. Quem já provou diz que a comida tem “algo a mais” no sabor, e quem faz garante que é gostoso porque é feito com carinho.
O Lado B foi até o Edicel’s Bilhar, na rua Pedro Celestino, número 318, conferir qual é o segredo da comida preparada na cozinha de um local onde as pessoas vão para jogar sinuca, mas acabam saindo com um agrado.
Antes do jogo entrar no intervalo, é impossível tentar especular sobre o carreteiro. Os olhos dos clientes estão vidrados no telão.
Perto das 21h, a mesa já estava arrumada, com toalha, pratos e talheres, só à espera do carreteiro. Chegamos e fomos direto para a cozinha, ver como estavam os últimos preparativos do tradicional arroz pantaneiro.
O cheiro era bom, assim como a aparência. Aquele arroz queimadinho, soltinho e bem recheado com carne seca. De dar água na boca.

O juiz apita e em segundos a fila está formada. O carreteiro vem acompanhado com o feijão preto. O intervalo do jogo é o tempo para as pessoas se servirem e voltarem para suas respectivas mesas, para também não atrapalhar quando os jogadores retornarem ao campo e a bola continuar a rolar.
Quem não é de futebol, e vai ao Edicel’s só para jogar sinuca mesmo, também aproveita o carreteiro, ainda que sentados em poltronas e apoiando o prato na mão para poder comer.
Mas e aí? Qual é o segredo do famoso carreteiro que atraí tantos clientes?
A esposa do dono do bilhar, Lélia Machado, garante que é só o carinho mesmo. O carreteiro é tradicional e servido de cortesia aos clientes, há 8 anos, sempre às quartas-feiras.
São 15 quilos de arroz, o que rende três paneladas de carreteiro. “Pica três cebolas por panela, queima bem, até deixá-la morena, daí joga a carne e frita bem, por último acrescenta o alho e o arroz, e continua fritando, até o arroz ficar marronzinho”, explica Lélia.
Parece simples, né?
E quem come, aprova, seja cliente antigo ou quem está lá pela primeira vez. “É muito gostoso, acho que é o modo de fazer”, palpita a aposentada Deuci Marques, 61 anos.
“Está de parabéns, assim como o ambiente, que é bem familiar e tranquilo”, diz o funcionário público Kelvis Natanael Godoy, 31 anos.
Integrante de um motogrupo, Celso Monteiro, 45 anos, garante que vale a pena experimentar. “É o amor que fez a comida tão gostosa”, opina.
“A gente não pode só tirar dos clientes, tem que dar algo também, e no final das contas nem saí caro”, diz Lélie.