Para muitos estrangeiros, MS virou a porta de entrada para a Copa do Mundo
Não tem como não perceber pelas ruas de Campo Grande a passagem de quem vem de longe. No veículo da família equatoriana, por exemplo, a empolgação é explícita em bandeiras, bolas e outros adornos coloridos.
Ruben Vasquez saiu há 13 dias do Equador com a esposa Orquídea e os filhos Ismael, 16, e Alanis, 7. Eles deixaram Quito no dia 30 de maio e têm até o próximo domingo para chegarem a Brasília, local da partida entre Equador e Suíça.
O primeiro contado com a cultura brasileira foi em Mato Grosso do Sul, 7,8 mil quilômetros longe de casa. A família passou pelo Peru, Bolívia e entrou no Brasil por Corumbá.
A primeira impressão não poderia ser melhor. “Achei tudo muito bonito e limpo. As pessoas são muito parecidas com os equatorianos, receptivas e educadas”, comenta Orquídea, guia turística de 38 anos que assumiu a aventura com o marido sem pestanejar.
A família passou por Miranda e na madrugada de sexta-feira chegou a Campo Grande, onde eles dormiram e almoçaram. A passagem foi rápida, mas a imagem que fica também é positiva. “Campo Grande é uma capital muito charmosa”, diz ela.
Ruben é um engenheiro de sistemas, de 43 anos, e ao lado da esposa planejou a viagem para durar um mês. Os dois se revezam na direção e vão continuar na estrada depois do jogo.
“Vamos para São Paulo, Rio de Janeiro e Foz de Iguaçu”, conta ela. Ao deixarem o Brasil, ainda querem conhecer Paraguai, Uruguai, Argentina e Chile. “Só lamento porque não dá para conhecer muita coisa”, avalia Orquídea.
E se o Equador não vingar neste Mundial, a família não vê problema alguma, desde que o título fique por perto. “Pode ser qualquer um da América Latina”.
A impressão que o grupo de 11 colombianos leva de Campo Grande é das melhores. Sorridentes, eles de cara toparam dar entrevista. Aos 26 anos, o jornalista Alejandro Duarte, deu nota 10 para a Capital. “Muita festa, muita alegria, gente muito querida. Dou 10 pontos”, avalia.
A porta de entrada deles no País do verde e amarelo foi Mato Grosso do Sul e já era suficiente para Alejandro definir o brasileiro. “No Brasil todo mundo é muito querido. A gente amou a festa aqui, bailamos”, comenta. Sinal de que o Estado recebeu bem.
Os 11 amigos saíram de Bogotá, na Colômbia, passaram por La Paz e Santa Cruz na Bolívia, até chegar à Capital. Viram a estreia do Brasil contra a Croácia no telão instalado do Parque dos Poderes e já seguiram viagem nesta sexta, rumo a Belo Horizonte.
“Tudo muito lindo, não pensei que seria tão organizado, tão limpo. É gente muito querida e com muito verde no Parque”, descreve a financeira Natalia Child, de 24 anos, também colombiana. “Estava bailando, tocando, é tocando que fala? Isso, tocando música e a cerveja não estava cara”, brinca. “Ah, pastel de carne, gostei de pastel de carne”, completa.
O primeiro colombiano a falar, Alejandro, pergunta ao final da entrevista como está o Português dele. Respondemos que está perfeito e ele sai todo satisfeito. “ Todos temos bandeira, camisetas, somos muito fãs da cultura brasileira”, resume.