Quem vive com a natureza sofre ao olhar os últimos 10 anos
Responsável por grupo de aventuras, Moisés fala sobre perdas que vão das cachoeiras à vegetação
“Sinto que de alguma forma o verde está acabando. As aventuras que eu fazia 10 anos atrás eram muito mais cheias de verde e cachoeiras do que hoje”. Um dos fundadores do grupo 262 Aventuras, Moisés de Melo Pinasso conta sobre como viver com a natureza e acompanhar sua destruição é sofrido, assim como perceptível sem nem sair de Campo Grande.
Apesar de os grandes incêndios realmente se espalharem pelo Pantanal, a natureza tem sofrido de forma geral. Quem mora na Capital e gosta de sair do meio urbano ainda consegue aproveitar a região do entorno, mas até isso está em risco.
Sobre o cenário, Moisés explica que esse período do ano costuma ser complicado com as queimadas. O problema é que, neste ano, a mistura do período de frio com os incêndios prejudicou ainda mais as aventuras, por exemplo.
No caso da 262, o distanciamento das pessoas com a natureza foi perceptível pensando nas vendas. Para exemplificar, o responsável pelo grupo destaca que os cenários realmente pioraram.
“Falando de Campo Grande, a Cachoeira do Ceuzinho diminuiu um pouco o nível de água, porém nada que atrapalhe as aventuras. Já na cachoeira do Inferninho é bem visível o nível baixo do córrego e, consequentemente, da cachoeira”, descreve.
Considerando toda a conexão com esses espaços, o instrutor diz que o sentimento é realmente de tristeza ao ver lugares que conhece tão bem.
“A própria região da Cachoeira do Ceuzinho vem sofrendo com queimadas constantes. Temos presenciado vegetação queimada, animais mortos e muita falta de verde em nossos roteiros por lá”.
E não há milagre para ser feito, como Moisés pontua, o jeito é realmente cuidar do que resta.
Além da atenção com os incêndios, se atentar à produção de lixo também entra nessa rotina. Em agosto, o grupo fez uma trilha ecológica e foi retirado um caminhão após finalizar o trajeto.
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